Denis Mukwege e Nadia Murad receberam esta segunda-feira o Prémio Nobel da Paz, em Oslo. O Comité do Nobel decidiu distinguir o médico e a ativista pelos "esforços para acabar com a violência sexual como uma arma de guerra".
Denis Mukwege e Nadia Murad receberam esta segunda-feira o Prémio Nobel da Paz, em Oslo. O Comité do Nobel decidiu distinguir o médico e a ativista pelos "esforços para acabar com a violência sexual como uma arma de guerra".
Ele, enquanto médico, tem dedicado a vida a ajudar as mulheres vítimas de violência sexual em tempos de guerra no Congo. Ela, yazidi, foi escrava sexual do autodenominado Estado Islâmico, mas conseguiu fugir e contar a sua história.
"Muito obrigada por esta honra, mas, na verdade, o único prémio no mundo que pode restabelecer a nossa dignidade é a Justiça e o julgamento dos criminosos. Não há prémio que possa compensar o nosso povo e os nossos familiares que morreram simplesmente por serem yazidis", afirmou Nadia Murad,
Nadia Murad tem chamado a atenção para a situação da comunidade Yazidi. Investigadores da ONU para os crimes de guerra estão agora no Iraque.
Denis Mukwege é ginecologista num hospital no leste da República Democrática do Congo, onde há 20 anos trata mulheres que foram violadas durante a guerra no seu país.
O médico espera que os líderes dos países onde esses crimes ocorram sejam julgados: "Os Estados devem parar de estender-lhes o tapete vermelho. Devem isso sim estabelecer uma linha vermelha contra o uso da violação como arma de guerra. Esta linha vermelha deve consistir em impor sanções económicas e políticas contra estes líderes e levá-los a tribunal. Fazer o que está certo não é difícil. É apenas uma questão de vontade política".
O Comité do Nobel decidiu distinguir o médico e a ativista pelos "esforços para acabar com a violência sexual como uma arma de guerra".
O médico aproveitou o discurso para denunciar que o seu país é sistematicamente saqueado por pessoas que dizem ser líderes.