Milícias paramilitares aumentam poder no Rio de Janeiro

Milícias paramilitares aumentam poder no Rio de Janeiro
Direitos de autor 
De  João Paulo Godinho
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Os grupos paramilitares estão a envolver-se em novas áreas de negócio e até na esfera política.

PUBLICIDADE

Percorrem as ruas fortemente armados e exercem um poder paralelo e sem travão da justiça brasileira.

É cada vez maior o número de grupos paramilitares que existem no Rio de Janeiro.

Habitualmente associados à extorsão e a execuções sumárias, estas milícias estão a evoluir.

O controlo de sistemas de vigilância e envolvimento em contrabando mostram que estes grupos paramilitares já não querem ser apenas atores secundários no Rio.

Para o deputado federal Marcelo Freixo, estas milícias criaram já um modelo de negócio muito lucrativo

"A milícia tem cabeça para o negócio e para a política. E ela transforma o domínio territorial em domínio eleitoral, elegendo senador, governador, deputado", afirma.

Já o investigador da polícia Maurício Demétrio compara mesmo a ascensão destas forças a um cancro. Pouco a pouco, vão corroendo a autoridade e agora estão até a assumir o domínio de negócios legítimos.

"É como um cancro, não para. A milícia está a atacar tudo, inclusive coisas legais, está a tomar conta de comércio legal", frisa.

Vinganças e execuções deixam um rasto de cadáveres na cidade. Um dos mais mediáticos foi o assassinato da ativista Marielle Franco, em março, e cuja autoria permanece por identificar.

Mas o general Richard Nunes, secretário de segurança do Rio, encontra semelhanças deste caso com a ação dos grupos paramilitares.

"Esse tipo de crime, com o nível de abordagem que foi feita, a precisão do disparo, é próprio de grupos que têm uma certa familiaridade com este tipo de crimes", sublinha.

O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, expressou ao longo da carreira política a sua simpatia pela atividade de defesa destes grupos. A partir de 1 de janeiro, terá como presidente de decidir se estas milícias ainda são boas ou se representam uma ameaça.

Outras fontes • Reuters

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Antigo chefe do exército brasileiro ameçou prender Bolsonaro se insistisse com golpe de Estado

Polícia liberta 17 reféns de assalto a autocarro no Rio de Janeiro

"Bloco da latinha": este desfile de Carnaval ouve-se muito antes de se ver