O relatório do ACNUR revela que em 2018 morreram, em média, seis pessoas por dia, na travessia do Mediterrâneo e que quase 140 mil entraram na Europa.
Em média morreram seis pessoas por dia na travessia do Mediterrâneo, durante o ano de 2018.
O relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) aponta um total de 2275 mortos ou desaparecidos para 139.300 pessoas que chegaram à Europa.
O documento fala de um ritmo alarmante de perdas de vidas, devido aos cortes nas operações de busca e salvamento, que transformaram o Mediterrâneo numa das travessias mais mortíferas em todo o mundo.
Obrigaram também a mudar as rotas, tendo transformado a Espanha, pela primeira vez, no país mais acolhedor, seguido da Grécia e da Itália.
O Alto Comissário, Filippo Grandi, aponta o dedo à atitude dos governos europeus: "É uma corrida entre os países para não ficarem com as pessoas. É uma corrida negativa, uma corrida anti-solidariedade que os governos, por motivos políticos, estão a realizar, empurrando as responsabilidades, em vez de terem um gesto simples de receberem algumas pessoas miseráveis nos seus países. É o que estão a fazer uns com os outros".
Grandi defende uma abordagem de longo prazo baseada na cooperação regional, centrada na vida humana e na dignidade.
O relatório, a que foi dado o nome de "Desperate Journeys" - Viagens Desesperadas - alerta, uma vez mais, os Estados para a necessidade de combater as redes de tráfico humano, lembrando que muitas das pessoas que procuram refúgio na Europa são vítimas de sequestros, tortura, violações, e outros crimes às mãos de traficantes.