Nas ruas, jovens argelinos partilham os motivos da indignação contra a canditura ao quinto mandato do atual presidente Abdelaziz Bouteflika.
Depois de sair às ruas, o descontentamento dos argelinos protagoniza as capa dos jornais. O anúncio da candidatura do presidente Abdelaziz Bouteflika a um quinto mandato, aos 82 anos e alegadamente hospitalizado na Suíça há uma semana, foi a gota de água numa Argélia a transbordar de indignação.
Nas ruas, os estudantes falam abertamente sobre os motivos que os levam a protestar em público.
"Ontem, percebemos que o governo é uma piada. Até a nossa constituição se tornou num cenário para um filme de Bollywood, Ele quer ficar mais um ano e depois logo vê? Deixaria o poder? Isto é uma farça! Não é uma democracia, nem mesmo uma república não-democrática, é um reino", lamenta um jovem de 22 anos.
Pouco depois, outro argelino acrescenta que "não estamos a dizer que ele não fez nada. Dizem que ele trabalhou. Ele já trabalhou, mas agora está doente, está numa cadeira de rodas. Aqueles que o incitam a candidatar-se, deveriam retirar-se do poder na Argélia. Esta candidatura é um insulto para o povo argelino".
Apesar dos protestos, ainda não é certo que o atual presidente possa concorrer às presidenciais de 18 de abril. A Comissão Nacional de Eleições exige que todas as candidaturas sejam apresentadas em pessoa, um critério não cumprido pelo líder argelino.