Theresa May vai pedir um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia
O governo britânico debateu esta terça-feira a decisão do presidente do Câmara dps Comuns, John Bercow, de rejeitar a realização de um terceiro voto sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.
Bercow afirma que não autorizará a votação se o acordo não for substancialmente alterado.
Fiel à tradição britânica, esta terça-feira, Bercow agradeceu a atenção dos jornalistas que o abordaram à chegada ao trabalho e deixou-lhes um conselho especial.
"Acho que deviam beber café ou chá. Ofereci-me para vos pagar um chá ou café mas vocês declinaram a minha oferta, é óbvio que já beberam muito café, ou chá. Estou certo que as pessoas estão agradecidas por terem mostrado tanto interesse a esta hora da manhã", disse o presidente do parlamento britânico.
A decisão tomada por John Bercow, assente numa lei com mais de 400 anos, aprofunda a crise constitucional que o país atravessa a dez dias da saída prevista da União Europeia.
Para o executivo, a decisão do presidente do parlamento poderá comprometer todo o processo.
"O que é no interesse da maioria das pessoas que me contactam e que dizem vamos em frente com isto, isto é a única proposta na mesa por parte da parte da União Europeia após dois anos e meio de negociações, o que é no interesse nacional é apoiar este acordo, é isso que a primeira-ministra está a fazer. A consequência é que se o parlamento não apoiar este acordo, e dado que sair sem acordo está fora de questão, então isso significa que não vai haver Brexit, seja devido a uma extensão longa ou revogação, isso não é o que as pessoas votaram", adiantou Stephen Barclay, ministro britânico para o Brexit.
Tudo aponta para que Theresa May venha a requerer ao Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, um adiamento da saída do Reino Unido no dia 29 de março. Os líderes europeus reúnem-se em cimeira a partir de quinta-feira. O Brexit voltará decerto a dominar a agenda.