Trump reconhece soberania de Israel sobre Montes Golã

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Direitos de autor REUTERS/Carlos Barria
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De  João Paulo Godinho
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O presidente dos EUA rompeu o consenso internacional sobre o território sírio ocupado pelos israelitas em 1967 e anexado em 1981.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou esta segunda-feira o decreto no qual reconhece de forma oficial a soberania de Israel sobre os Montes Golã, justificando a medida com as “agressivas ações” do Irão e de grupos “terroristas” contra Israel.

“Isto é algo que já devia ter sido feito há muitas décadas”, disse Trump ao rubricar o decreto na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

O documento altera a política seguida há mais de meio século pelos Estados Unidos e contraria o consenso internacional expresso em várias resoluções das Nações Unidas (ONU).

Para os analistas, este foi um apoio de peso de Trump a Netanyahu para as próximas eleições legislativas israelitas, marcadas para 09 de abril, em que o primeiro-ministro tenta a reeleição apesar das suspeitas de corrupção que o envolvem nos últimos meses.

"Na longa história judaica houve um punhado de proclamações de líderes não-judeus em nome do nosso povo sobre as nossas terras - Ciro, o grande Rei Persa, Lorde Balfour, o Presidente Harry S. Truman e o Presidente Donald Trump", afirmou Netanyahu após a assinatura do decreto na Casa Branca.

Israel ocupou o território sírio dos Montes Golã em 1967, na Guerra dos Seis Dias, e anexou-o em 1981. Uma decisão que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

A medida de Donald Trump mereceu já a censura de Síria, Rússia e Turquia, que temem o aumento da instabilidade no Médio Oriente.

Também as Nações Unidas vieram alertar que a posição dos EUA em nada altera o estatuto internacional dos Montes Golã.

A ONU tem uma missão de paz no terreno desde 1974, encarregada de manter o cessar-fogo entre Israel e Síria.

Essa anexação nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, e o Conselho de Segurança aprovou em 1981, por unanimidade, uma resolução que declarava “nulas” e “sem efeito jurídico internacional” as decisões de Israel de impor as suas leis e a sua administração nesse território.

Outras fontes • EFE / Lusa / Reuters

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