Erdogan e oposição concentrados em municipais cruciais

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Direitos de autor REUTERS/Murad Sezer
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De  Euronews com EFE
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Turquia realiza no domingo eleições municipais cruciais. Oposição pode assumir controlo da Ancara e Istambul

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As eleições municipais do próximo domingo na Turquia têm como pano de fundo a má situação da economia do país, preocupando o partido AKP no poder, que teme que o escrutínio seja um referendo às suas políticas.

Face à inflação, o governo decidiu instituir bancadas que propõem produtos agrícolas a preços reduzidos.

Um residente e Istambul diz que "há problemas com a economia, mas soluções do Estado, como esta, evitam os oportunistas". Outra diz que este é "o lugar mais barato", enquanto um outro afirma que "é importante [...] porque os salários não são suficientes para viver".

Mas a oposição e vozes críticas dizem que é apenas uma forma de conseguir votos e, a dois dias do escrutínio, muitos economistas e empresários turcos afirmam que o presidente Recep Tayyip Erdogan não terá outra escolha do que avançar com um doloroso conjunto de medidas de austeridade.

Consciente do que está em jogo, Erdogan está ativamente envolvido na campanha. Se o AKP perde o controlo da capital administrativa, Ancara, e da capital económica, Istambul, que concentra 30% do PIB turco, o governo terá sérias dificuldades para avançar com o programa económico.

As sondagens indicam que, pela primeira vez em cerca de duas décadas, a formação de Erdogan pode perder as duas cidades para o CHP, o Partido Repúblicano do Povo, que não se cansa de sublinhar a difícil etapa que atravessa atualmente a Turquia.

Confiante num bom resultado, o CHP aposta mesmo nos bastiões conservadores do AKP, como explica Alper Tas, um dos candidatos da formação social-democrata, que diz que "o foco principal é o tempo necessário, porque o desejo é convencê-los".

Num país onde os meios de comunicação são bastante controlados pelo poder, chegar ao público é uma das principais preocupações da oposição.

Gurkan Ozturan, que dirige uma rede de jornalismo cívico, afirma que "o governo tem usado fundos e recursos públicos, enquanto a oposição tem visto negada uma oportunidade equilibrada de acesso aos eleitores".

A rede de Ozturan decidiu fazer uma observação independente do escrutínio e vai enviar voluntários para as assembleias de voto para constatar eventuais problemas ou irregularidades.

Num café de Istambul, um turco diz que "não se trata de ganhar ou perder, isso não é o mais importsante, mas sim de mostrar que existimos".

Mas, tanto para a oposição, como para Erdogan, a vitória é crucial. Há mesmo quem diga que, se o presidente perder a mão sobre Istambul, poderá também perder o controlo do AKP.

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