Os ucranianos vão escolher o próximo presidente este domingo e a euronews foi saber como se vive este escrutínio num país em conflito.
O nome que sair vitorioso das eleições presidenciais na Ucrânia, este domingo, vai dirigir um país com um conflito ainda em curso e onde há peregrinações constantes a memoriais de vítimas. Mesmo assim, há 39 candidatos a disputar esta pesada herança vivida quotidianamente por uma população desgastada.
Há cerca de 5 anos, as ruas de Kiev não eram tão pacíficas como hoje. Como é que a revolução de Maidan e o conflito armado no leste do país influenciam as escolhas em causa neste escrutínio?
Denis Kondyuk é responsável por um seminário evangélico na capital ucraniana. "Existe um risco enorme de haver muitos votos para os populistas. As pessoas estão cansadas da guerra e dos problemas económicos", aponta.
Há também quem saliente que o país já não vive na dicotomia histórica entre a Europa e a Rússia. Segundo Oleksiy Kovzhun, analista político, "aquelas que eram as escolhas tradicionais - pró-europeus ou pró-russos - já não existem. Já ninguém questiona se a Ucrânia deve ser um Estado autónomo ou um satélite da Rússia. Essa questão dissipou-se completamente".
Kovzhun era amigo próximo de Kateryna Hanziuk, a ativista anticorrupção que morreu em novembro passado na sequência de um ataque com ácido. No entanto, acredita que os momentos críticos que a Ucrânia tem vivido vão ajudar a criar uma democracia mais madura.
"Nós éramos um pedaço da União Soviética. Depois da chamada 'Revolução da Dignidade', acordámos. As pessoas perceberam finalmente que podem mudar as suas próprias vidas e que podem fazer o que for necessário para isso", afirma Kovzhun.
Resta também saber em que condições vai o escrutínio decorrer no território da Crimeia e na parte leste do país, onde os confrontos continuam a decorrer.