Ator e comediante Volodymyr Zelensky vence com clara vantagem primeira volta das presidenciais e vai enfrentar chefe de Estado Petro Poroshenko a 21 de abril
Ator, comediante e claro favorito para a segunda volta das presidenciais ucranianas, a 21 de abril: Volodymyr Zelensky é a cara da renovação num país que quer manter uma linha pró-europeia, mas que está cansado dos poucos avanços no combate à corrupção e no impasse das relações tensas com a Rússia.
Segundo os resultados, ainda parciais, Zelensky venceu a primeira volta com cerca de 30 por cento dos votos e acredita, mais do que nunca, que chegará à presidência, mas também frisou que, caso não ganhe, não vai "lutar contra a sociedade", nem "apelar a protestos", mas sim respeitar a vontade dos ucranianos.
O atual presidente, Petro Poroshenko, surge no segundo lugar na primeira volta, mas com pouco mais de metade dos votos de Zelensky, o que o deixa numa posição desconfortável face ao frente a frente dentro de três semanas.
Uma "dura lição", nas próprias palavras do chefe de Estado, que diz não sentir "qualquer tipo de euforia" e ter percebido "o sinal dado pela sociedade às autoridades atuais". Poroshenko sublinhou que "é uma razão mais do que séria para trabalhar de forma exaustiva para corrigir os erros feitos nos últimos anos", mas acrescentou que "só os que não fazem nada é que não fazem erros".
A grande derrotada da primeira volta, foi a ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko que, na terceira posição, fica assim afastada da corrida presidencial.
Nas ruas de Kiev, um residente diz que "os resultados não trouxeram qualquer surpresa. Não aconteceu nada diferente do que previam as sondagens" e acrescenta que "gostaria de ver candidatos diferentes na segunda volta, mas é tudo o que há".
De acordo com a Comissão Eleitoral Central não há registo de qualquer irregularidade grave durante o escrutínio deste domingo, que contou com uma taxa de participação da ordem dos 63 por cento.
Os cerca de cinco milhões de residentes das regiões de Donetsk e Lugansk, controladas pelos separatistas pró-russos, não puderam exercer o direito de voto.