Rumo às eleições europeias: o desinteresse pela política

Rumo às eleições europeias: o desinteresse pela política
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De  Joao Duarte Ferreira
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Na França profunda reina a desilusão com a política local e não só...

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A nossa viagem pela Europa continua em França, estamos agora em Methamis. uma pequena aldeia na Provença, para falar sobre o desinteresse dos franceses pela política.

No mês passado, tiveram que ser organizadas eleições depois da demissão de 4 autarcas locais.
O pior é que ninguém queria ser candidato. Assim, a primeira volta acabou por ser cancelada. Felizmente, houve um vitivinicultor que entretanto surgiu e que acabou por salvar a eleição. O jornalista da euronoews, Cyril Fourneris, foi visitá-lo.

euronews: Olá Olivier. Tudo bem? Porque é que decidiu concorrer?

Olivier Baguet, vitivinicultor e autarca local de Methamis:

"Por acaso não estava na aldeia nessa altura. Estava a participar em feiras de vinhos em Epinal, Liege, estava a caminho de Colmar. Nas redes sociais vi uma transcrição de uma entrevista numa rádio local, France Bleu Vaucluse, a qual dizia que ninguém queria ser candidato aqui e que as eleições haviam sido canceladas. Sou um produtor de vinhos orgânicos. Em 2018 perdi toda a minha colheita e por isso não vou poder participar das feiras no outono. Durante um ano vou ter tempo, vou poder ajudar, quero contribuir para o bem comum, o interesse comum... por isso decidi participar! Há pessoas que podem ajudar, há coisas a melhorar... em vez de ficar aqui sentado no bar e falar do que está mal, vamos fazer algo", diz.

euronews: Porque é que as pessoas se desinteressaram da política?

OB: "É a eterna questão. a baixa afluência em eleições anteriores, a nível local, nacional e europeu mostra isso. Penso que é porque as pessoas que se candidatam não têm os mesmos interesses de que eu falei. Eles prometem, prometem-nos coisas... por exemplo, os últimos três presidentes da República Francesa disseram-nos que queriam resolver o problema dos sem-abrigo antes do final do ano, que ninguém iria dormir nas ruas... quinze anos mais tarde o número continua a aumentar. O que é que podemos fazer? Ou prometem e fazem ou não prometem, por favor!"

euronews: Estamos à beira de novas eleições, as eleições europeias. Como é que vê a Europa?

"Vejo a Europa como algo belo e grande, se quiser existir. Nasci 10 anos depois da assinatura do Tratado de Roma. aprendi na escola e no liceu sobre o "livre movimento de pessoas e bens". Hoje sou um vitivinicultor e quando atravesso uma fronteira com um caixote de vinho tenho que preencher documentos de alfândega e pagar taxas. O que é que isso significa? E eu sou um pequeno produtor, existem muitas outras questões. Para muitos, a Europa é um problema, responsabilizamos a Europa por tudo. Mesmo os líderes franceses descartam-se das suas responsabilidades dizendo que "a culpa é da Europa". Ainda assim..."

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