Resgatado após três anos refém da Al-Qaeda

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De  Francisco Marques com ansa
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Sergio Zanotti alega ter sido enganado no sul da Turquia em abril de 2016, drogado e vendido a uma milícia afeta ao grupo terrorista na Síria

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Quase três anos depois de ter sido capturado e dois sem haver quaisquer notícias, o empresário Sergio Zanotti foi libertado e está de regresso a Itália, anunciou o primeiro-ministro Giuseppe Conte, revelando que o compatriota está numa "boa condição geral."

O chefe de Governo contou ainda que a libertação foi fruto de "uma complexa e delicada atividade de inteligência, investigação e diplomacia". Zanotti terá aterrado no aeroporto militar de Ciampino, em Roma, na noite de sexta-feira, e este sábado voltou a ser ouvido pelas autoridades para se tentar esclarecer todos os contornos do sequestro.

Yolande Mainer, ex-mulher do empresário e quem deu conta às autoridades do desaparecimento em 2016, revelou-se agora "felicíssima", garantindo ter tido sempre "confiança" no Governo italiano, a quem já haviam recorrido diversas vezes.

A ex-mulher diz manter apenas um arrependimento nesta história de final feliz: "ter mentido para as minhas filhas quando recebi a notícia em junho de 2017 de que ele tinha sido decapitado. O Ministério dos Negócios Estrangeiros pediu-me para não contar a ninguém que a notícia era falsa, nem mesmo para os familiares e amigos, e muito menos para as minhas filhas."

Zanotti, de 59 anos e natural de Brescia, estava refém na Síria, presume-se, de uma milícia afeta ao grupo terrorista Al-Qaeda.

O italiano teve dois casamentos falhados e uma condenação por evasão fiscal, alega ter viajado para a Turquia numa altura em que estava desempregado para comprar moedas de dinar antigas

Zanotti contou aos investigadores ter sido enganado quando se deslocou ao sul da Turquia, à província de Hatay, junto da Síria.

"Fui drogado e vendido pelo meu taxista a uma milícia. Acordei a 14 de abril de 2016 numa pequena casa na região de Alepo", referiu o italiano, garantindo ter passado por cerca de 10 prisões e só ter sido acorrentado para filmar os vídeos que depois foram colocados na internet.

"Cheguei a filmar vários vídeos num só dia com mudanças de roupa e de cenário", revelou, contando ainda o que se sentiu quando se voltou a ver ao espelho três anos depois: "Tive dificuldade em reconhecer-me. Pareço ter envelhecido uns 15 anos."

Com o regresso de Sergio Zanotti existem ainda pelo menos quatro cidadãos italianos incontatáveis em parte incerta, todos presume-se em África.

O padre jesuíta Paolo Dall'Oglio terá sido raptado em Raqqa, na Síria, em julho de 2013; a voluntária Silvia Romano, de 23 anos, foi raptada no Quénia em novembro; e Luca Taccheto e a companheira canadiana Edith Blais terão sido raptados em dezembro no Burkina Faso e levados para o Mali.

Outras fontes • la stampa

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