Direito de voto inalienável para deficientes intelectuais

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De  Luis Guita
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Alteração na legislação espanhola permite que 100 mil pessoas com deficiências intelectuais possam votar nas eleições espanholas. A alteração à lei eleitoral foi aprovada por todos os partidos.

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Uma das muitas tarefas de Eduardo é lavar e arrumar a loiça. Há três anos, assinou um contrato de trabalho.

Apesar das suas capacidades, no final dos anos 90, um juiz decidiu que não poderia votar.

Contudo, uma alteração legislativa vai permitir a Eduardo e outras 100 mil pessoas com deficiências intelectuais que possam votar nas eleições espanholas.

"Parecia um bicho estranho. No ano passado fiquei assim, triste. Este ano, ao ir votar, tiro uma espinha da garganta. Posso votar. Eu sou uma pessoa normal, à vontade," afirma o auxiliar de cozinha, Eduardo Sánchez.

Em outubro, o Congresso espanhol aprovou uma iniciativa apresentada pelos socialistas e apoiada unanimemente por todos os outros partidos, para modificar a lei eleitoral do país.

A campanha 'Meu voto conta’, defende que as pessoas com deficiência intelectual tenham o direito de votar. Mas a luta não foi fácil.

A pessoa com deficiência intelectual pode ter "dificuldade, por exemplo, para encontrar o boletim de voto de quem quer eleger, dificuldade em encontrar o local de voto e também a mesa de voto, o caminho desde casa à seção de voto e também tudo aquilo não é muito acessível. Votar pela primeira vez é uma conquista histórica muito importante para este país. O direito de pessoas com deficiências intelectuais votarem existe apenas em oito países europeus," afirma o coordenador da campanha

Neste domingo Eduardo foi a uma secção de voto com a irmã para participar nas eleições gerais. Ele fez isso com um sorriso, depois de ter recuperado um direito que lhe permite ser parte da democracia, como qualquer cidadão.

"Incerteza é a palavra que marca o início deste dia eleitoral que será, certamente, resolvido com o primeiro Governo de coaligação da jovem democracia. Grupos de cidadãos com necessidades específicas, já reclamam a atenção do Executivo," esclarece o jornalista da Euronews.

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