Em Direto: Juan Guaidó apela à revolta militar na Venezuela

Em Direto: Juan Guaidó apela à revolta militar na Venezuela
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De  Euronews com Lusa, Reuters, EFE
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O presidente da assembleia nacional da Venezuela e autoproclamado presidente interino anunciou que tem o apoio das forças armadas

O Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apelou à revolta militar no país para derrubar Maduro. Guaidó anunciou que os militares deram “finalmente de vez o passo” para acompanhá-lo e conseguir "o fim definitivo da usurpação” do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

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"O 01 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual se pode ver o Presidente interino com um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.

"São muitos os militares. A família militar de uma vez (por todas) deu o passo. A todos aqueles que estão a ouvir-nos: é o momento, o momento é agora, não só de calma, mas de coragem e sanidade para que chegue a sanidade à Venezuela. Deus os abençoe, estamos a avançar. Vamos recuperar a democracia e a liberdade na Venezuela, referiu Guaidó.

Nesse vídeo, Juan Guaidó chamou às ruas todos os venezuelanos que nas últimas semanas se comprometeram a demonstrar nas ruas que exigem a saída de Nicolas Maduro, Presidente e chefe de Governo contestado.

"Contamos com o povo da Venezuela de hoje, as forças armadas estão claramente do lado das pessoas, estão do lado da Constituição, leais ao povo da Venezuela, às suas famílias, ao futuro, ao progresso", disse Guaidó.

Acompanhe em direto todas as atualizações:

Centenas de venezuelanos já responderam ao apelo de Guaidó

Centenas de venezuelanos começaram a cortar as ruas de Caracas para mostrar apoio ao autoproclamado presidente internino, Juan Guaidó, que hoje anunciou ter o apoio dos militares para pôr fim ao regime de Nicolás Maduro.

As forças de segurança da Venezuela leais ao Governo de Nicolás Maduro lançaram, entretanto, gás lacrimogéneo contra Guaidó e os militares que o acompanham no levantamento contra o regime.

As bombas de gás lacrimogéneo caíram no leste de Caracas, perto do local onde se encontra Guaidó, também presidente do parlamento venezuelano, juntamente com Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular (VP) e hoje libertado apesar de estar condenado a quase 14 anos de prisão.

Ao local acorreram dezenas de simpatizantes de Guaidó após o apelo do opositor à população para apoiar o levantamento.

Os elementos armados que apoiam Guaidó e que se encontram junto à base aérea militar de La Carlota, cujas imediações foram tomadas por numerosos membros das forças de segurança, devolveram o gás lacrimogéneo.

Entretanto a agência Efe noticia que pelo menos uma pessoa ficou ferida por causas ainda desconhecidas frente à base militar venezuelana de La Carlota.

Leopoldo López garante contactos prévios com responsáveis governamentais venezuelanos

O dirigente da oposição na Venezuela, Leopoldo López assegurou hoje que o grupo de políticos e militares que se rebelou esta madrugada contra o Presidente Nicolás Maduro manteve contactos com altos responsáveis governamentais.

“Claro que sim, com diversos setores civis e militares”, respondeu López aos jornalistas ao ser questionado se existiam contactos entre a oposição e funcionários do Governo que pretendem distanciar-se de Maduro.

“Tem sempre existido comunicação e isso está relacionado com o processo que tem vindo a ser construído”, acrescentou.

López desrespeitou hoje a sua condenação a mais de 14 anos de prisão que cumpria em sua casa, pelos incidentes durante uma manifestação da oposição em 2014, e transferiu-se para a base militar de La Carlota, no leste de Caracas, para acompanhar o chefe do parlamento e autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, que emitiu um manifesto à revolta junto de uma centena de militares e pediu à população para sair às ruas.

Reuters

Maduro reage e diz estar a ser vítima de um Golpe de Estado

O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.

"Informamos o povo da Venezuela que neste momento estamos a enfrentar e desativar um reduzido grupo de militares traidores que se posicionaram no Distribuidor Altamira (leste de Caracas), para promover um golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República", anunciou o ministro venezuelano de Comunicação e Informação na sua conta do Twitter.

Segundo Jorge Rodríguez "a esta tentativa" de golpe "uniu-se a ultradireita golpista e assassina, que anunciou a sua agenda violenta desde há meses".

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"Pedimos ao povo para se manter em alerta máximo para, junto com as gloriosas Forças Armadas Bolivariana, derrotar esta tentativa de golpe e preservar a paz. Venceremos", frisou na sua mensagem o ministro do regime de Nicolas Maduro.

A mensagem surge momentos depois de o Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, ter anunciado que os militares deram “finalmente de vez o passo” para acompanhá-lo e conseguir "o fim definitivo da usurpação” do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

"O 01 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual se pode ver o Presidente interino com um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.

Reuters

Governo português pré-ativou mecanismos de ajuda devido à situação na Venezuela

O Governo já pré-ativou os mecanismos de apoio aos portugueses e luso-descendentes que vivem na Venezuela, na sequência das movimentações militares naquele país, mas ainda não tem pedidos de ajuda, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Já pré-ativámos os mecanismos de apoio à nossa disposição”, garantiu Augusto Santos Silva em declarações aos jornalistas na China, onde está a acompanhar a visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

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Recomendando que “tomem as devidas medidas de segurança indispensáveis nesta altura”, Santos Silva adiantou que “os diferentes departamentos do Governo encarregados de providenciar apoio, se necessário, já estão a trabalhar nesse sentido”.

Para tal, adiantou, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que estava em Londres a caminho do Canadá, adiou a viagem “e está a deslocar-se para Lisboa”.

De acordo com o ministro, um dos apoios previstos é ajudar no regresso de portugueses e lusodescendentes que assim o peçam ao Governo.

No entanto, admitiu Santos Silva, o Governo ainda não recebeu nenhum pedido de ajuda.

“Ainda não chegaram pedidos de ajuda por parte de portugueses, mas ainda está a nascer o dia na Venezuela. Há rumores e notícias que não é possível ainda confirmar”, lembrou.

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Na Venezuela, a segurança é também a medida a que o Governo está a dar prioridade, tendo o embaixador português determinado ao pessoal da embaixada e dos consulados que se mantenha em casa, acrescentou Santos Silva.

Por outro lado, acrescentou, Portugal está também a contactar com os países parceiros “para ver como se desenvolvem os acontecimentos na Venezuela”.

“O que tem sido sempre orientação da União Europeia e de Portugal é exortar todas as partes a encontrar uma solução pacífica, que possa desbloquear a situação de crise que hoje se vive na Venezuela”, reiterou.

O ministro escusou-se a falar num golpe de Estado na Venezuela, referindo que existe “um movimento militar”, mas que ainda não é possível compreender “a sua verdadeira dimensão”.

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