"Casa de Bernarda Alba" foi a obra escolhida pelo encenador para subir ao palco do Festival internacional de Teatro de Budapeste
O teatro nacional de Budapeste organiza, todos os anos, um encontro de homenagem ao poeta e dramaturgo húngaro Imre Madách.
A edição deste ano viu subir a palco a "Casa de Bernarda Alba", original de Federico García Lorca, encenada no festival pelo português João Garcia Miguel. O encenador, em entrevista à Euronews, disse que a peça é um reflexo aos dias de hoje.
"Uma mulher torna-se uma espécie de homem, um monstro, de caráter tirânico, que fecha todas as filhas e toda a vida dela dentro das paredes", disse. "É uma boa metáfora para o momento em que vivemos, o aumento destes sentimentos conservadores", concluiu João Garcia Miguel.
Outra obra que subiu a palco foi o "Um elétrico chamado Desejo", um original norte-americano dos anos 40 aos olhos do encenador alemão Michael Thalheimer.
A atriz principal, Cordelia Wege, contou à Euronews o que sentiu em subir ao palco com o clássico.
“Ela é ousada. Abusa de outras pessoas e acaba por receber o mesmo em troca. Todos os atores que estão no palco não estão livres, de alguma forma. São magoados e acabam em mágoa. As nossas dores acabam por ser um processo de limpeza. Não para a audiência mas para mim foi", disse Cordelia Wege.
O festival começou dia 11 de abril e termina dia 5 de maio. Recebe ao todo 23 peças de teatro de 13 países diferentes.