Uma coligação negativa no parlamento ditou o fim do executivo liderado pelo Partido Popular. É a primeira vez que acontece, desde 1945
O parlamento austríaco aprovou esta segunda-feira uma moção de censura ao governo conservador do Chanceler Sebastian Kurz.
Uma votação inédita na história recente da Áustria, com o Partido da Liberdade - de extrema direita e até há uma semana parceiro de coligação no executivo - a apoiar a censura apresentada pelo Partido Social Democrata. 110 deputados votaram pela destituição. O governo teve apenas o apoio dos 61 deputados do Partido Popular e de 10 parlamentares do Neos, o partido liberal da Áustria.
Esta censura determina a queda do executivo e obriga o Presidente austríaco a nomear um chanceler interino até às próximas eleições.
As legislativas na Áustria já tinham sido antecipadas para setembro na sequência do escândalo de corrupção que envolve o antigo líder do Partido da Liberdade, Heinz Christian Strache. Um caso que ditou o fim da coligação que sustentava o governo de Kurz e levou os sociais democratas a apresentarem a moção de censura.
Strache era o número dois do governo de Kurz. Demitiu-se um dia depois da comunicação social alemã ter divulgado um vídeo em que aparece a prometer contratos públicos em troca de financiamento para o partido. Uma conversa com uma alegada sobrinha de um milionário russo filmada em Ibiza.
A queda do governo acontece um dia depois de uma expressiva vitória do Partido Popular de Sebastian Kurz nas eleições europeias. O ÖVP teve 34,9% dos votos.
É a primera vez que um governo austríaco é destituido desde 1945.