Hebron, duas comunidades sob tensão

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De  Joao Duarte Ferreira
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Os desafios da educação numa cidade dividida

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Hebron é a única cidade palestiniana onde existem enclaves israelitas no interior da própria cidade.

Desde 1997 que Hebron se encontra dividida em duas. Oitenta por cento da cidade está sob controlo palestiniano; os restantes 20% são administrados por Israel.

Esta zona, sob controlo israelita é igualmente conhecida como H2.

Vivem aqui cerca de 800 colonos israelitas lado a lado com 40 mil palestinianos.

As fricções entre as duas comunidades fazem parte do dia-a-dia.

"Apesar de ter colocado aqui uma cerca, ainda me atiram pedras. vejam aqui, está cheio de pedras. Os colonos metem-se ali e atiram pedras à casa", afirma uma mulher palestiniana que optou por não se identificar.

Em 1994, Israel impôs restrições ao movimento de palestinianos em H2 depois do grupo de extrema direita Baruch Goldstein ter morto 29 muçulmanos. Receando retaliações por parte dos palestinianos, Israel criou zonas tampão em redor dos colonatos.

"Isto era como se fosse a quinta avenida de Hebron. A verdade é que está tudo vazio. Porquê? Por razões de segurança. Nós limpamos o território para que os colonos continuem. Assim, os colonos invadem espaços que não lhes pertencem e a seguir vem o exército para os tornar seguros", diz Achya Schatz da ONG israelita de esquerda, "Breaking the Silence".

As tensões entre colonos, soldados israelitas e civis palestinianos fazem parte do dia-a-dia.
Por vezes, há confrontos e por vezes, há mesmo mortos. Ainda assim, parte da sociedade civil palestiniana rejeita a violência.

"A maior parte dos palestinianos durante a primeira e segunda intifadas recorreram à violência mas agora estamos a tentar mudar essa ideia e queremos convencer mais pessoas a usarem métodos não violentos", diz Izzat Karaki, da organização palestiniana "Youth Against Settlements".

Os colonos queixam-se dos ataques palestinianos, facadas e apedrejamentos. Nos últimos 10 anos, pelo menos 60 civis israelitas, incluindo colonos, teriam sido mortos por palestinianos na margem ocidental. Do lado palestiniano, mais de 400 civis teriam perdido a vida às mãos do  exército e civis israelitas.

"Nós condenamos a violência. SOmos contra quaisquer atos de violência. Se aconteceu, não sei se aconteceu. Nós condenamos, somos contra. O que é impossível é colocar judeus neste local e os judeus são atacados por terroristas provenientes de todos os lados" adianta Noam Arnon, representante da comunidade judaica de Hebron.

Os desafios da educação em Hebron é o tema da reportagem Aid Zone a não perder esta quinta-feira na euronews.

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