Arte contemporânea "Made In Luanda"

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De  Euronews
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África está a ditar tendências no mundo da arte contemporânea. Um fenómeno para o qual muito têm contribuído os artistas angolanos.

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Arte africana. Por muito tempo o rótulo "exótico" ou "tribal" foi associado a tudo o que vinha de África. Mas a arte africana contemporânea deixou o colonialismo e as utopias da década de 1970 para trás. Hoje, o continente dita tendências em todo o mundo, com um grande contributo dos artistas angolanos.

Paula Nascimento faz parte do meio artístico internacional; foi curadora do Pavilhão Angolano, que ganhou o ouro na Bienal de Veneza, e conhece muito bem a cena artística angolana e o que a move.

"É uma cena jovem e vibrante, com pintores, fotógrafos, artistas de vídeo, todos os tipos de meios, de performances. É um caldeirão de ideias", afirma.

Um dos artistas mais famosos de Angola, pioneiro no estilo contemporâneo, está a preparar uma retrospectiva dos últimos 50 anos. António Ole, tal como os jovens artistas africanos da sua época, foi influenciado pelo colonialismo, mesmo depois da independência do país, em 1975.

"Estamos bastante ligados à ideia de opressão no passado, porque o colonialismo provoca uma retenção cultural. E é um longo processo para restaurar essa identidade", revela o artista plástico.

A história não é esquecida, continua a ser um tema na arte. Mas África também faz parte do mundo globalizado. A contemporaneidade da arte africana é reconhecida em conteúdo e forma.

O fenómeno é reconhecido por António Ole. "Durante anos ninguém estava interessado na arte africana, mas de repente nas últimas décadas começámos a ocupar esse espaço vazio, e hoje somos mais respeitados", conta.

Hoje os artistas angolanos vivem e trabalham em todo o mundo. O impacto do seu trabalho está a mudar a perceção global de África.

Mas também há artistas que retornam às origens para trabalhar. Ayana V Jackson é uma fotógrafa americana com uma bolsa de estudos em Luanda. Tornou-se conhecida pelo trabalho sobre a identidade afroamericana.

Para Ayana "estamos mentalmente presos na ideia de que África é tradicional, vemos África como o passado, especialmente nas artes. Foi preciso vir aqui para perceber que faz parte da mesma rede de globalização como qualquer outro lugar do mundo”.

Com artistas angolanos, Ayana trabalha num novo projecto. A partir de uma autoapresentação transforma-se em encarnações de mulheres africanas inspiradas na mitologia.

Ayana viveu e trabalhou nos mais populares centros de arte africanos. Considera Luanda uma das metrópoles de arte no continente. "Eu queria descobrir o que está a acontecer aqui. Achei que era um meio muito vibrante. Com muitos artistas. Eles estão aqui e são incríveis", exclama.

A arte contemporânea de África está na vanguarda do tempo. Hoje, o panorama artístico africano inspira o resto do mundo.

De acordo com Paula, "é um movimento que está a acontecer agora e que se tem tornado numa espécie de marca registrada. O mundo da arte é global e nós fazemos parte dele".

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