Amanda Knox de volta ao país da tormenta

Amanda Knox emociona-se ao recordar o crime de 01 de novembro de 2007
Amanda Knox emociona-se ao recordar o crime de 01 de novembro de 2007 Direitos de autor REUTERS/Guglielmo Mangiapane
De  Francisco Marques com ansa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A norte-americana, hoje com 31 anos, chegou a ficar presa injustamente por quatro anos pela morte da britânica Meredith Kercher e não esquece a tormenta

PUBLICIDADE

Doze anos após o assassinato da britânica Meredith Kercher, pelo qual chegou a ser presa e mais tarde absolvida, Amanda Knox voltou esta semana a Itália para participar sexta-feira no Festival da Justiça Penal de Modena.

A norte-americana, hoje com 31 anos, aproveitou o momento para criticar a justiça popular promovida pelos jornais e que por vezes influencia as decisões dos tribunais.

"Não há sequer direitos humanos porque no tribunal da opinião pública não somos seres humanos. Somos apenas um objeto de consumo", acusou Knox perante a plateia, numa declaração que está agora a correr mundo tal como a notícia do crime de 2007.

Em Itália para falar em público pela primeira vez após ter sido absolvida do assassinato da antiga colega de quarto, Amanda Knox, emocionou-se ao recordar o caso que a fez passar quatro anos atrás das grades.

A norte-americana falou durante 45 minutos num painel sob o tema "O Processo Penal Mediático."

A outrora condenada por homicídio e entretanto absolvida, lembrou a noite de 01 de novembro de 2007 e as provas da invasão do apartamento que partilhava com Meredith Kercher por um ladrão, o entretanto já condenado Rudy Guede, cujos vestígios de ADN foram encontrados no local do crime.

Meredith acusou-o de ter entrado no apartamento, violado e degolado a coinquilina britânica. Kercher, a vítima, tinha na altura 21 anos.

Viriam no entanto a ser Amanda Knox e o então namorado, o italiano Raffaele Sollecito, a ser acusados pelo homicídio.

O casal foi condenado em 2009 pela morte de Meredith Kercher e passou quatro anos na prisão até ser absolvido em março de 2015.

Amanda Knox deixou Itália e instalou-se em Seatlle, nos Estados Unidos, onde vive com o namorado, o escritor Christopher Robinson, e dois gatos.

A norte-americana tem trabalhado como jornalista, ativista pelos injustamente acusados e também como cara e voz numa série de programas sobre direitos das mulheres ("The Scarlet Letter Reports", Vice/ Facebook) e crime ("The Truth About True Crime", Sundance AMC).

Amanda voltou agora a Itália, mas admite ter medo de ser atacada na rua ou de voltar a ser falsamente acusada e de novo presa num país onde diz ter sido vítima de "uma investigação contaminada" pelos meios de comunicação, que lhe tornou "impossível" ter um julgamento justo.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Itália condenada a pagar 18 mil euros a Amanda Knox

Amanda Knox e ex-namorado absolvidos

Caso "Amanda Knox" chega ao cinema com a "cara de um anjo"