Dos 134 membros do Comité Central do MPLA, eleitos em congresso extraordinário, 57 são mulheres, num país, Angola, onde 52% dos cidadãos são do sexo feminino.
O MPLA, maior partido político em Angola, realizou este sábado o sétimo congresso extraordinário onde elegeu mais 134 membros para integrarem o seu Comité Central, 57 deles são mulheres.
De acordo com a Vice-Presidente do MPLA, a aposta nas mulheres deve-se a vários fatores:
"Em Angola nós temos 52 por cento de mulheres. Angola é subscritora de vários instrumentos internacionais que defendem a paridade do género, e as Nações Unidas instaram os países membros, até 2030, a alcançarem a paridade do género e, obviamente, Angola sendo membro das Nações Unidas está a fazer uma caminhada sólida e segura no sentido de atingir a paridade do género em 2030", explicou Luísa Damião.
Já para a docente universitária Agbessi Cora Neto estes números não dão garantia à população, de uma maior e melhor defesa dos direitos das mulheres"
"O que esse congresso nos vem dizer é que, em termos de representatividade, houve algum incremento de mulheres. Isto pode significar cada vez melhor cumprimento das normas, quer nacionais quer sub-regionais e regionais, na matéria, inclusive também a nível das Nações Unidas e os objetivos de desenvolvimento do Milénio, porém isso não nos diz que essas mulheres estão de facto comprometidas com as causas das mulheres".
Mas a vice-presidente do MPLA, garante que o seu partido est´a cumprir o seu papel e a aposta é no mérito:
"Nós, hoje em dia, estamos a lutar para esta paridade, mas não é só para cumprir cotas, nós queremos aliar essas cotas à "meritocracia" e temos mulheres com qualidade, com valências, com capacidade, que estão atentas a esses problemas e têm estado a dar o seu valioso contributo", adiantou Luísa Damião.