Boeing ultrapassa Airbus na lista de compras britânica

Boeing 737 MAX da american Airlines estacionados em Tulsa, EUA
Boeing 737 MAX da american Airlines estacionados em Tulsa, EUA Direitos de autor American Airlines/ via REUTERS/ Arquivo
Direitos de autor American Airlines/ via REUTERS/ Arquivo
De  Francisco Marques com Reuters
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Grupo IAG, que detém a British Airways e a Iberia, encomendou 200 aparelhos do embargado modelo 737 MAX e a fabricante europeia não gostou

PUBLICIDADE

A Boeing surpreendeu o mercado da aviação esta semana ao receber, no AirShow de Paris, uma grande e inesperada encomenda pelo grupo hispano-britânico IAG.

O dono da British Airways e da Iberia vai pagar 24 mil milhões de dólares (21,4 mil milhões de euros) por 200 aparelhos do polémico modelo 737-MAX.

O avião está impedido de voar após dois trágicos acidentes ocorridos há menos de um ano, que provocaram no total mais de 340 mortos. O último foi em Março, o aparelho pertencia à Ethiopian Airlines e as causas foram associadas a uma avaria dos sensores automáticos de voo.

A europeia Airbus -- também fornecedora do IAG para voos de médio curso -- já reagiu ao negócio e apelou ao grupo britânico para lhe permitir apresentar uma proposta concorrente à da Boeing para esta encomenda milionária.

Da parte da fabricante americana, esta foi a melhor notícia que podia ter recebido na feira da aviação de Paris

"Tem sido um período muito difícil para nós, na Boeing. Fomos devastados pelos dois acidentes e a perda de vidas. As nossas equipas têm vindo a refletir diariamente nisto. Chegar a esta feira e receber uma manifestação de apoio tão forte dos nossos clientes, e de muitos parceiros na indústria, tem sido muito tocante e deixa-nos reconhecidos", admitiu Ihssane Mounir, vice-presidente da Boeing para as Vendas Comerciais e Marketing.

A viver um ano de pesadelo, ensombrado pelos acidentes e o embargo de voo dos 737 MAX em quase todo o mundo, a Boeing já tinha aberto esta feira de Paris com a má notícia do atraso no fornecimento de motores para o novo 777-X, o maior bimotor do mundo.

A encomenda do IAG reavivou a empresa e provocou a frustração da maior rival, a Airbus.

Poderá ser também mais uma jogada comercial entre a Administração Trump e o governo britânico a poucos meses do prazo de concretização do "brexit": 31 de outubro.

Outras fontes • Bloomberg

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Boeing pede desculpas e Airbus apresenta novo modelo

Boeing 737 Max poderá retornar a voar em junho

Boeing admite falhas no 737 MAX