Tribunal decide hoje futuro de comandante do Sea Watch 3

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Direitos de autor REUTERS/Guglielmo Mangiapane
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De  João Paulo Godinho
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A alemã Carola Rackette, de 31 anos, passou a noite em prisão domiciliária e enfrenta acusações que podem valer uma pena entre dois e dez anos.

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Carola Rackete, a comandante alemã do navio humanitário Sea Watch 3, vai ficar a conhecer esta terça-feira a decisão definitiva do tribunal sobre o seu futuro.

A jovem alemã, de 31 anos, passou a noite em prisão domiciliária em Agrigento, na Sicília, após ter sido ouvida num tribunal naquela cidade (Sicília, Itália) e do juiz daquela instância ter adiado uma decisão até terça-feira.

A cidadã alemã foi detida pelas autoridades por entrar em águas italianas sem autorização e está acusada de resistência ou violência contra um navio de guerra estrangeiro e por tentativa de abalroamento, depois de chocar com uma patrulha de uma unidade policial no porto de Lampedusa, acusações que lhe podem valer uma pena de prisão de dois a dez anos.

O objetivo era o desembarque de 40 migrantes resgatados ao largo da Líbia que estavam há mais de 15 dias a bordo do navio humanitário.

Apesar de Carola Rackete alegar que estava apenas preocupada com o bem-estar dos migrantes resgatados, o procurador italiano Luigi Patronaggio recusa a argumentação da comandante.

"Decidimos que, neste caso, não era uma ação por necessidade, ou seja, não havia um estado de necessidade, já que o Sea-Watch estava ancorado e tinha recebido assistência médica no dia anterior", afirmou.

Acusada de tentar uma manobra perigosa, Carola Rackete garante que nunca pensou na sua ação como "um ato de violência, mas apenas de desobediência". A jovem comandante alemã arrisca igualmente enfrentar um processo judicial por suspeita de ajuda à imigração ilegal.

O caso está a gerar polémica internacional e o governo alemão, pela voz do respetivo ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, exigiu a libertação de Carola Rackete.

"Salvar vidas não pode ser um crime. Não é nada mais do que um ato humanitário e deve ser tratado como tal. O contrário é se isso está a ser criminalizado. É por isso que não podemos compreender esta situação em Itália", frisou.

O episódio com Carola Rackete é mais um desafio à política de portos fechados do ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que a considerou uma "pirata". Para outros, a alemã é apenas uma heroína.

Portugal, a par de outros quatro países europeus, disponibilizou a receber cinco dos migrantes resgatados pelo navio alemão "Sea Watch 3".

Outras fontes • Reuters / Lusa

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