Mortos em operações policiais aumentam 46% no Rio de Janeiro

Intervenções policiais tornaram-se mais letais nos primeiros meses de 2019
Intervenções policiais tornaram-se mais letais nos primeiros meses de 2019 Direitos de autor REUTERS/Ricardo Moraes
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De  Francisco Marques
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Os dados recolhidos pela Rede de Observatórios de Segurança do Estado carioca entre de janeiro a junho deste ano comparam com o mesmo período do ano passado , que nos registos oficiais já foi o mais mortífero desde 2003

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A Região Metropolitana do Rio de Janeiro registou um aumento de 46% no número de mortos pelas armas da polícia em intervenções de combate ao crime.

Nos primeiros seis meses deste ano, as mortes causadas pela violência policial no Estado carioca chegaram às 1501, resume a Rede de Observatórios da Segurança Pública no Rio de Janeiro, uma entidade não oficial afeta à Universidade Cândido Mendes.

Os dados da rede de observatórios têm por base os números oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP), afeto ao governo estadual, mas juntam também informações recolhidas na imprensa, em organismos comunitários e junto das próprias forças policiais.

Ao todo foram monitorizadas 1148 intervenções da polícia, refletindo "uma intensificação da estratégia de operações no foco da segurança pública", lê-se no infográfico agora publicado pela entidade.

A rede conclui ainda que "o uso de helicópteros como plataforma de tiro passou a ser parte da rotina em áreas de favela no Rio". Este recurso, acrescenta a infografia, lança o medo na população e tem "baixa ou nenhuma eficácia para a desarticulação de quadrilhas" de criminosos.

"Na capital e na Grande Niterói, quase 40% das mortes foi causada por ação policial", sublinha o estudo não reconhecido pelas autoridades, que apenas se reveem nos dados ofociais.

O ISP indica por seu turno que as "mortes por intervenção de agentes do Estado", entre janeiro e maio deste ano, fixaram-se em 731 contra 614 no mesmo período de 2018.

O período em análise coincide com os primeiros seis meses dos mandatos do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

O chefe de Estado abriu aliás o mandato com uma maior abertura legal à posse de arma pelos cidadãos.

Em estudo, mantém-se o pacote anticrime do ministro da Justiça Sérgio Moro, onde se inclui a proposta de isenção de pena para agentes de segurança que matem perante o alegado risco iminente de conflito armado.

Editor de vídeo • Francisco Marques

Outras fontes • Agência Brasil, El País Brasil, Terra, Rede de Observatórios de Segurança do Rio de Janeiro

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