Segundo o relatório da Direção italiana de Investigação Antimáfia, as organizações escolhem países com legislação mais permissiva e com economias mais vulneráveis. O documento refere que a presença desta "nova máfia" destaca-se sobretudo nos processos de adjudicação de contratos com fundos públicos.
As organizações criminosas italianas aumentaram a capacidade de infiltração na economia e de adaptação às características de cada país onde operam, segundo o relatório da Direção italiana de Investigação Antimáfia, referente ao último semestre de 2018.
Para o diretor daquele organismo, "a área favorita da máfia é agora a Europa de Leste." Giuseppe Governale refere que "para os seus tráficos, as organizações mafiosas escolhem os territórios segundo três critérios:
1° o aumento do Produto Interno Bruto
2° a legislação. Se um país tem ou não leis severas contra a máfia
3° a corrupção... Se há possibilidades de suborno
As máfias olham para Malta, Bulgária, Roménia, Eslovénia, como países onde podem fazer negócios. Pensem, por exemplo, no assassinato da jornalista de Malta, Daphne Caruana Galizia. O crescimento de Malta é de 5,2 %. É a nação da União Europeia que terá o maior aumento do Produto Interno Bruto."
Questionado se a União Europeia possui meios para aumentar o combate à máfia, no seio do bloco, Giuseppe Governale acredita que é preciso aproveitar este momento "o início de uma nova legislatura europeia - para acrescentar a luta contra a máfia às prioridades da União, pois a luta contra a máfia não está na lista de prioridades da União Europeia."