Israel inicia demolição de prédios em área palestiniana

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De  Francisco Marques com AFP
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Ordem judicial havia sido dada a 18 de junho contra os apelos da União Europeia e das Nações Unidas. Autoridade Palestiniana denuncia violação das regras

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Israel deu início na madrugada de domingo para segunda-feira à demolição de dezenas de prédios de habitação palestinianos construídos no bairro Wadi al-Hummus, em Sur Bahir, já na Cisjordânia, mas junto à barreira de separação do Estado de Israel, na região de Jerusalém Oriental.

A operação está a ser acompanhada desde as 04:00 horas da manhã locais (menos duas horas em Lisboa) por dezenas de forças de segurança israelitas, incluindo militares.

Os prédios são considerados clandestinos por Israel, alegadamente devido a questões de segurança por estar próximo da barreira de separação.

A operação é contestada pela Autoridade Palestiniana e denunciada como pretexto para outras operações do género noutros bairros palestinianos ao longo da barreira.

Os residentes receiam que uma centena de outros edifícios na mesma área estejam ameaçados por operações similares a curto prazo.

"Estas casas têm permissão do Ministério da Administração Interna da Autoridade Palestiniana. Estão localizadas na 'area A' da Cisjordânia, por isso os residentes tiveram autorização para construir. Essas autorizações estão agora a ser violadas pelas forças de ocupação", acusa o chefe da comissão palestiniana anticolonatos e antimuro. Walid Assaf.

São cerca de 70 os apartamentos que compõem a dezena de edifícios condenada à demolição, numa ordem judicial israelita entregue aos residentes a 18 de junho. Alguns dos edifícios estavam ainda em fase de construção.

A União Europeia enviou recentemente alguns diplomatas para uma visita à área afetada pela ordem de demolição e, à imagem, da Organização das Nações Unidas (ONU), apelou a Israel para cancelar a operação.

"Em linha com a posição há muito mantida pela UE em relação à política de colonatos de Israel, ilegal sob a lei internacional tal como as ações nesse contexto como as transferências forçadas, despejos, demolições e apreensões de casas, a UE espera que as autoridades israelitas reconsiderem a execução das demolições previstas e dos despejos", lê-se no comunicado da missão europeia em Jerusalém e Ramallah.

A ONU garantiu estar também "a seguir de muito perto os desenvolvimentos na área de Su Bahir na província de Jerusalém.

"Dezassete palestinianos, incluindo nove refugiados, enfrentam o risco de terem de ser deslovados e mais de 350 outros arriscam a massiva perda de propriedades devido à intenção da autoridade israelita de demolir 10 prédios, incluiindo cerca de 70 apartamentos, devido â respetiva proximidade à barreira da Cisjordânia", escreveu a ONU num comunicado divulgado a 17 de julho.

O comunicado concluiu-se com o apelo "a Israel para suspender os planos de demolir estas e outras estruturas e para implementar políticas de planeamento justas".

O Estado israelita deve permitir "aos residentes palestinianos da Cisjordânia, incluindo os de Jerusalém Oriental, a possibilidade de realizarem as respetivas necessidades de habitação e desenvolvimento, de acordo com as obrigações enquanto potência de ocupação", lê-se no comunicado.

RIGHT NOW in Wadi Hummus, Sur Baher: Hundreds of army and border police are entering the houses slated for demolition,...

Publiée par All That's Left: Anti-Occupation Collective sur Dimanche 21 juillet 2019

Outras fontes • WAFA, Times of Israel

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