Acordo migratório EUA-Guatemala provoca protestos

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De  Francisco Marques com EFE
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Organizações sociais marcam manifestações no país centro-americano contra a subserviência do governo a Donald Trump e pedem a demissão do presidente Jimmy Morales

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Estados Unidos e Guatemala assinaram esta sexta-feira um acordo obrigando a maioria dos migrantes que atravessam o país centro-americano em busca de asilo a requerem-no ali, ficando desde logo sem hipótese de o fazerem depois nos Estados Unidos.

O acordo não foi bem recebido por organizações sociais guatemaltecas, que marcaram manifestações para este sábado exigindo a demissão do presidente Jimmy Morales por alegada subserviência a Donald Trump.

Assinado na Sala Oval, da Casa Branca, entre o secretário da Defesa americana, Kevin McAleenan, e o ministro do Interior da Guatemala, Enrique Degenhart, o momento foi acompanhado pelo Presidente dos EUA e por alguns jornalistas convidados para testemunhar e reportar o acordo.

"Este acordo abre a porta a uma nova era de investimento e crescimento para a Guatemala; estabelece a base para uma cooperação entre ambos os países; e alarga o acesso aos vistos H2A", sublinhou Donald Trump, referindo-se aos vistos de entrada temporária nos Estados Unidos concedidos a trabalhadores agrícolas guatemaltecos.

O chefe da Casa Branca garantiu que a agilização deste visto "será muito importante para os negócios" americanos, em especial para os produtores agrícolas.

O acordo surgiu após os Estados Unidos terem ameaçado a Guatemala com a aplicação de sanções económicas se o parceiro centro-americano não assumisse um estatuto de "país terceiro" onde os migrantes oriundos de El Salvador e das Honduras, rumo aos Estados Unidos, seriam obrigados a pedir asilo.

A ameaça das sanções surgiu após os primeiros obstáculos ao acordo terem surgido na semana passada. Após a assinatura desta sexta-feira, Trump enalteceu Jimmy Morales como "um tipo bestial".

Morales justificou pelo Facebook que aceitar o acordo livrou a Guatemala de "sanções drásticas", que se destinavam a "golpear fortemente a economia" do país.

En los últimos días la relación bilateral entre Guatemala y Estados Unidos de América, se ha fortalecido en la búsqueda...

Publiée par Jimmy Morales sur Vendredi 26 juillet 2019

O ministro do interior da Guatemala, Enrique Degenhart, afirmou após a assinatura do acordo estar perfeitamente convencido da "necessidade de alterações" na forma de abordar a crise migratória.

"A forma de as conseguir é trabalhar ao lado do nosso melhor aliado. É o que estamos aqui a mostrar. Estamos comprometidos em continuar a trabalhar assim e a melhorar o que temos", afirmou Enrique Degenhart.

No entanto, várias organizações sociais guatemaltecas denunciam a subserviência de Morales a Donald Trump, pedem a renuncia imediata do presidente e também a dos ministros do Interior e do Exterior, respetivamente Enrique Degenhart e Sandra Jovel.

"O acordo revela desprezo pelo Tribunal constitucional, que demarca o caminho legal para isto e exige a aprovação do órgão legislativo", afirmou Iduvina Hernández, representante de uma das cerca de 20 organizações que assinaram um protesto por escrito denunciando um alegado "golpe de Estado técnico" por parte do executivo de Jimmy Morales.

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