Mais de um milhar de pessoas detidas em protesto da oposição

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Direitos de autor REUTERS/Tatyana Makeyeva
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A Euronews esteve a acompanhar a manifestação em Moscovo e falou com alguns dos candidatos às eleições para a assembleia municipal da capital russa

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Um vasto grupo de pessoas, reclamando autoridade para tal, concentraram-se na praça Trubnaya, em Moscovo, para debater a repressão do protesto junto da câmara municipal da capital russa. Queriam também ouvir as pessoas que tinham sido detidas e as que já tinham sido libertadas.

No entanto, o encontro não durou muito. As forças de segurança estavam a par.

A correspondente da Euronews em Moscovo, Galyna Polonskaya, esteve a acompanhar a manifestação e explica-nos que "todos" os que deslocaram "a esta praça, caíram numa armadilha".

"As forças de segurança alinharam-se num cerco e não deixaram ninguém sair da praça", relatou a nossa jornalista.

Seguiram-se detenções. Um a um. Para quem ali esteve, nada mais restou do que esperar a sua vez.

No total, só este sábado, mais de um milhar de pessoas foram detidas. Os manifestantes dizem tratar-se de uma estratégia para os assustar e reprimir os protestos.

Alguns gritavam aos polícias "tenham vergonha", garantindo não ter medo da repressão. Outros apenas, esperavam sentados, pela sua vez de serem processados.

Yulia Galyamina faz parte do grupo de candidatos excluídos das listas eleitorais à assembleia moscovita. Foi detida de manhã e libertada depois, mas terá de se apresentar perante um juiz em breve.

"Os agentes de autoridades estão a ter atitudes feias. Estão a impedir as pessoas de se juntarem de forma pacífica e desarmadas. Estão a violar os nossos direitos constitucionais. Se as eleições para a assembleia municipal de Moscovo seguirem a mesma postura, podem ser consideradas ilegítimas e poderemos inclusive exigir a repetição do sufrágio", avisa Galyamina, através da Euronews.

Com a noite, a ação policial não abrandou. Houve mais perseguições e mais detenções.

Entre os manifestantes, Alla Salahove acusa "todos os agentes da polícia" envolvidos na repressão "de protegerem os interesses de ladrões e dos membros corruptos do governo". "Tudo é feito contra o povo", garantiu a ativista.

Também candidato registado nas eleições, Sergey Tsutasov disse-nos estar a ver "a Rússia a tornar-se num estado gerido pela polícia". "O totalitarismo, em que receamos viver e que já não pensávamos ser possível, parece estar já a acontecer", avisou.

As eleições para a Assembleia Municipal de Moscovo estão marcadas para 08 de setembro. Diversos candidatos foram excluídos da lista por não terem alegadamente reunido o apoio legítimo necessário. A oposição a Vladimir Putin alega estar a ser silenciada.

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