Condições sanitárias degradam-se a bordo do Gregoretti. Matteo Salvini garante que ninguém sai do navio enquanto a Europa não avançar com uma solução.
Multiplicam-se os apelos de ajuda perante os relatos que chegam do navio Bruno Gregoretti e que denunciam uma degradação muito rápida das condições sanitárias entre os mais de cem migrantes que se encontram a bordo.
Enquanto nenhum país europeu avançar com uma solução para acolhê-los, Matteo Salvini, o ministro do Interior italiano, garante que ninguém vai sair desta embarcação, retida no porto de Augusta, na Sicília. Apenas uma mulher grávida e 16 menores tiveram autorização para desembarcar.
Nas redes sociais, Salvini escreveu que "com milhões de italianos a procurar trabalho, é o meu dever limitar a chegada de mais migrantes".
Marco Campomenosi, deputado do seu partido, a Liga, desenvolve esta posição: "A situação tornou-se algo esquizofrénica: por um lado, Salvini é atacado por governos europeus orientados pelos liberais ou pela esquerda; mas, por outro, ninguém faz nada para o ajudar, nem apoiar a Itália".
As histórias são conhecidas: ao longo do último ano, repetem-se as situações de migrantes à deriva, por vezes com desfechos trágicos, enquanto a Europa discute quem os vai receber.
Segundo Charlie Yaxley, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), "tem de haver rapidamente uma resolução para que as pessoas possam desembarcar, possam receber a assistência de que necessitam. Os países têm de unir-se e chegar a acordo sobre uma forma justa e equilibrada de distribuir essas pessoas".
Emmanuel Macron encabeçou recentemente um acordo de princípio entre 14 Estados-membros sobre um mecanismo de solidariedade e acolhimento. Para já, só a Alemanha se mostrou disponível para receber os migrantes do Gregoretti. Salvini diz que só desbloqueia a situação se mais países abrirem as portas.