Muitas pessoas necessitam de cuidados médicos em terra firme
O navio humanitário da organização não-governamental espanhola "Open Arms" aguarda autorização para atracar num porto seguro. A bordo estão 123 pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo.
Na noite desta quinta-feira, 68 migrantes foram salvos da morte. No início da semana outras 55 pessoas foram resgatadas.
"Encontrámos um barco de madeira com mais de 50 pessoas a bordo prestes a naufragar. Estava a meter água na proa, o que tornava muito provável que virasse e que as pessoas que ali se encontravam perdessem a vida", disse, em entrevista à Euronews, Anabel Montes, chefe de missão da "Open Arms."
De acordo com o fundador da organização, Óscar Camps, os migrantes a bordo apresentam sinais de violência sofrida.
"Durante a tarde recebemos outro e-mail com as coordenadas de outra embarcação em perigo. (...) Estavam há mais de 24 horas à deriva e estavam num estado crítico de saúde: completamente desidratados e cansados, imobilizados por permaneceram durante tantas horas na mesma posição. Havia duas crianças pequenas, duas mulheres grávidas de cerca de nove meses, em estado avançado de gestação, com fortes dores abdominais", acrescentou Anabel Montes.
O porto mais próximo quando se encontraram as duas embarcações era o de Malta. Até à data continua-se à espera de um desfecho
"Temos 123 pessoas a bordo, fruto dos dois resgates realizados. A nossa equipa médica está a verificar o estado de saúde porque precisam de ser levados para terra firme de forma a receber a atenção que precisam num hospital", sublinhou Anabel Montes.
Do lado italiano, o ministro do Interior, Matteo Salvini, já fez saber que a embarcação está proibida de navegar em águas territoriais do país.