Desigualdade entre migrantes aumenta em Itália

Desigualdade entre migrantes aumenta em Itália
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De  Giorgia OrlandiEuronews
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A Euronews foi aos arredores de Roma perceber o que mudou desde que o governo de Salvini pôs em vigor o decreto "Anti-migração"

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A Itália tem sido a casa de milhares de migrantes nos últimos tempos. A imigração em massa é algo muito recente, lidar com a vinda de tantos refugiados não tem sido fácil e a desigualdade entre eles tem sido cada vez mais visível.

Segundo os Médicos Sem Fronteiras, 10.000 migrantes vivem em acampamentos provisórios. Com a ajuda de Andrea Costa, de uma ONG que trabalha diretamente com refugiados, fomos dar uma volta pelos arredores de Roma, para perceber o que mudou. 

As coisas mudaram muito desde que o primeiro decreto anti-migrante de Matteo Salvini entrou em vigor. A maioria dos acampamentos foi destruída. Andrea Costa mostrou-nos um acampamento onde chegaram a morar 400 pessoas. O mesmo espaço, 9 meses depois da lei anti-migração, está deserto. 

Acampamento de refugiados nos arredores de Roma

"Há migrantes de todo género a viverem nas ruas de Roma. Há sem-abrigo; migrantes que passam por aqui mas que querem ir para outro lado. E temos uma alta percentagem de pessoas que aguardam asilo e um número elevadíssimo, o qual aumentou mais de 1000% no último ano, de _dublinati. _", uma expressão usada para os migrantes que pediram asilo em Itália mas foram para outros países. 

Os migrantes ivem escondidos - temem que a polícia os leve. A estação de Tiburtina, o principal terminal de autocarros, costuma ser um ponto de encontro. Muitos chegam à capital, pela primeira vez por aqui.

Migrantes que continuam os estudos

Noutros outros casos, a educação é fundamental. Na ilha de Sardenha, a Universidade de Sassari foi a primeira no país a ter experimentado o "Passaporte de qualificação europeu para refugiados", uma forma de reconhecer os registos educacionais dos imigrantes para permitir que continuem os estudos em Itália.

Com 32 anos, Bakary Coulibaly, refugiado do Mali, completou recentemente o curso em Arquitetura na Universidade de Sassari e tornou-se no primeiro migrante em Itália a terminar o curso dentro deste regime. Terminou os estudos também graças a uma bolsa oferecida pelo governo, destinada a refugiados com proteção internacional.

Bakary Coulibaly acredita que a integração está muito além das instituições. 

“Para mim, e integração real passa pelas pessoas. Uma rede de pessoas que te ouve e que quer saber quais são as tuas necessidades e o que tu queres fazer na vida.",admite Bakary, em entrevista à Euronews.

O caminho para a integração total está longe de ser alcançado e o número crescente de migrantes ilegais é um obstáculo para isso mesmo: Estima-se que até 2020 o total de migrantes ilegais que vivem em Itália pode aumentar em mais do dobro do esperado devido à reforma mais recente do governo anti-migração de Salvini. Em 2020, o número de migrantes ilegais território italiano poderá atingir os 690 mil.

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