Tribos indígenas na proteção da Amazónia

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De  Ana Serapicos
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Alguns grupos fazem monitorização da floresta juntamente com os institutos destacados para tal, outros fazem rituais de "agradecimento" à terra

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A tarefa é diária e dura há decadas, mas agora é mais importante do que nunca. Combater quem destrói a Amazónia é a grande prioridade, tanto da patrulha que vigia a floresta, como das tribos indígenas, que não se conformam com a exploração devastadora dos últimos tempos.

Em plena Amazónia, na região do Pará, procura-se o rasto de atividades ilegais feitas por madeireiros em zonas protegidas. Existem sete bases instaladas em diferentes pontos do Território IndígenaMenkragnotire, onde pessoas e funcionários contratados pelo Instituto Kabu executam uma operação de vigilância que tenta monitorizar incursões em território indígena.

"É um trabalho diário, atravessar o rio e as estradas no limite do território indígena para evitar o avanço de agricultores e madeireiros", afirmou Paulo Roberto Azevedo Junior, coordenador do sistema Instituto Kabu, responsável pelas bases de vigilância.

Azevedo Junior admite que a falta de fiscalização das instituições governamentais e o discurso do presidente Jair Bolsonaro contra a preservação promovem a invasão das terras indígenas.

Kadjyre Kayapo, líder da Tribo Krimej, acompanhou o grupo de "vigias" a navegar pelo rio. 

Kadjyre Kayapo, líder da Tribo Krimej

Kayapo admite que fará o possível para impedir que madeireiros e garimpeiros invadam as terras do seu povo.

"Não queremos madeireiros nem garimpeiros na nossa terra.", disse Kadjyre Kayapo, durante a visita. 

Grande parte da desflorestação que acontece na Amazónia é ilegal. Evitar que aconteça é o trabalho destas pessoas e a alma destas tribos, que vivem no coração do mundo e querem protegê-lo como ninguém.

Do lado oposto da floresta, a tribo da Tribo de Feijo, perto da fronteira com o Peru, protege a Amazónia com rituais.

"Os nossos rituais são sagrados, são de rezar pelo planeta Terra, para que possamos sempre mantê-lo saudável e seguro, pela água da mãe, pelo sol do pai, pela floresta mãe e pela mãe terra, que hoje se sentem muito feridas. E nós estamos a realizar os nossos rituais para orar", admite o líder espiritual da Tribo de Feijo.

Ritual

A floresta da Amazónia registou 30.901 incêndios em agosto, o maior número desde 2010, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do país.

Os dados divulgados no domingo mostram que houve um aumento de 196% nos incêndios em comparação com agosto do ano passado. Em agosto de 2010 houve 45.018 incêndios.

Os incêndios são mais comuns na Amazónia de agosto a outubro, durante a estação seca.

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