Um estudo de cientistas franceses, que vai contribuir para o próximo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sugere que a temperatura aumentará ainda mais do que o esperado.
Impedir o termómetro de disparar de maneira irreversível era o objetivo do Acordo de Paris sobre o clima. Três anos e meio depois, os compromissos assumidos pelos Estados já não chegam para impedir que o aquecimento fique abaixo dos 2 graus.
O secretário-geral da ONU, que convocou uma cimeira para a próxima segunda-feira, tem feito soar os alarmes. António Guterres diz que "não se pode brincar com a natureza, pois ela contra-ataca, como tem estado a fazer, e este é um problema muito sério".
As projeções são cada vez mais negras. Um estudo de cientistas franceses que vai contribuir para o próximo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas sugere que a temperatura aumentará ainda mais do que o esperado.
Segundo o cenário mais pessimista, com um modelo económico ainda muito baseado nas energias fósseis, a subida da temperatura atingiria os 7 graus em 2100 em relação à era pré-industrial, mais um grau do que nas previsões anteriores. A meta dos 2 graus só seria atingida com uma mudança imediata e radical.
"Por trás destes cenários otimistas está uma sociedade que é muito mais eficiente em termos energéticos, que toma medidas, que reduz drasticamente as curvas de emissões", afirma a climatologista Pascale Braconnot.
Segundo a Bloomberg, as energias renováveis geraram mais de 13% da eletricidade mundial, evitando a emissão de dois mil milhões de toneladas de equivalente de CO2. Mas ao mesmo tempo, as emissões ligadas aos combustíveis fósseis aumentaram cerca de 2% para atingir 33 mil milhões de toneladas.