Áustria ameaça de "morte" o acordo comercial UE-Mercosul

Acordo comercial União Europeu - Mercosul anunciado em junho está em risco
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De  Francisco Marques com AFP
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Parlamento austríaco aprova por larga maioria ordem para o Governo vetar no Conselho Europeu o histórico negócio transtlântico

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O Parlamento da Áustria aprovou esta quarta-feira uma ordem para o respetivo Governo vetar no Conselho Europeu o acordo comercial negociado durante vinte anos, com o Mercosul (mercado comum da América do Sul) e, praticamente, já só a aguardar de ratificação pelos ainda "28".

O veto austríaco foi apoiado por quatro dos cinco partidos representados no Parlamento, incluindo a atual maioria de direita. A decisão surge a poucos dias da cimeira do clima das Nações Unidas (segunda-feira, em Nova Iorque) e a pouco mais de uma semana das eleições austríacas (27 de setembro).

A Áustria está a ser administrada por um Governo interino desde o colapso em maio da coligação liderada por Sebastian Kurz. A decisão do parlamento de vetar o acordo europeu com o Mercosul é vinculativa para o governo a ser eleito no final deste mês.

Em Bruxelas, o acordo com o Mercosul, tal como qualquer outro comercial negociado pelos "28", está dependente da ratificação por todos os Estados-membros da União Europeia. O veto austríaco, a concretizar-se, será suficiente para o cancelar.

Alemanha, Espanha e Portugal têm estado entre os apoiantes do acordo com o Mercosul, que pevê facilitar o comércio entre ambos os mercados, mas há um país sobretudo a levantar muitas dúvidas entre os europeus.

Por causa sobretudo da alegada má gestão do Presidente Jair Bolsonaro na floresta da Amazónia, Luxemburgo, Irlanda, Finlândia e sobretudo a França já ameaçaram travar o acordo.

Do Brasil, surgiu na semana passada a reação do ministro da Economia às acusações recebidas sobretudo por parte do Presidente francês, Emmanuel Macron. Paulo Guedes aponta mesmo o dedo à postura da França.

"Gostava apenas de enfatizar uma coincidência. Porque é que o acordo levou 20 anos a ser feito, mas assim que que está fechado, e porque nós somos muito fortes na indústria agropecuária, um país que sempre tem protegido a sua indústria agropecuária decide denunciar que nós estamos a queimar todas as florestas no mundo? Pensem nisto...", afirmou o ministro brasileiro.

Na próxima segunda-feira, o Brasil deverá, tudo indica, ficar em silêncio na cimeira do clima das Nações Unidas, mas no dia seguinte a polémica sobre a Amazónia deverá fazer parte do discurso de Jair Bolsonaro previsto para a sessão abertura da Assembleia Geral da ONU.

O Presidente do Brasil está a recuperar de uma quarta intervenção cirúrgica após a alegada facada sofrida há um ano durante a campanha presidencial, mas tem viagem marcada para Nova Iorque na segunda-feira e pretende discursar na terça-feira, prometendo falar de várias controvérsias que têm rodeado o Brasil, incluindo a Amazónia.

Editor de vídeo • Francisco Marques

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