Donald Trump diz que as políticas de fronteira aberta são "cruéis" e "más"

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Direitos de autor REUTERS/Lucas Jackson
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De  Ana SerapicosRicardo Figueira com Reuters, Lusa, AP
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O presidente dos EUA discursou na Assembleia-Geral das ONU, logo a seguir a Jair Bolsonaro

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O Presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu esta terça-feira, durante o discurso que fez na Assembleia-Geral da ONU, que as políticas impulsionadas pelo que chamou de "ativistas de fronteira aberta" estavam a prejudicar as mesmas pessoas que supostamente visam ajudar.

"Hoje tenho uma mensagem para os ativistas das fronteiras abertas, que se revestem da retórica da justiça social:As vossas políticas não são justas. As vossas políticas são cruéis e más", disse Trump.

"Vocês estão a capacitar organizações criminosas que atacam homens inocentes, mulheres e crianças. Colocam o seu próprio senso falso de virtude diante da vida, bem-estar e perante incontáveis inocentes.", disse o presidente norte-americano.

"Quando negligenciam a segurança nas fronteiras, estão a comprometer os direitos humanos e a dignidade humana.", concluiu Donald Trump.

Bolsonaro diz nas Nações Unidas que Brasil esteve "muito próximo do socialismo"

O Presidente do Brasil discursou antes de Donald Trump. Jair Bolsonaro disse que o seu país "esteve muito próximo do socialismo", o que o colocou numa situação de corrupção generalizada e grave recessão económica.

"O meu país esteve muito próximo do socialismo, que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão económica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que foram as nossas tradições, afirmou Jair Bolsonaro na abertura do debate geral da 74.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que irá decorrer até 30 de setembro com a presença de cerca de 150 chefes de Estado e de Governo, incluindo o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

Bolsonaro disse que em 2013 houve "um acordo entre o Governo 'petista' [liderado por Dilma Rousseff, do PT] e a ditadura cubana que trouxe ao Brasil 10 mil médicos, sem nenhuma comprovação profissional".

Reuters

Estes médicos, segundo o Presidente brasileiro, foram "impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% dos seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais como o de ir e vir, um verdadeiro trabalho escravo, respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU".

E sublinhou que, antes de assumir a chefia do Governo, a 01 de janeiro deste ano, "quase 90 por cento" destes médicos deixaram o Brasil "por ação unilateral do Governo cubano".

Os que decidiram ficar terão de submeter-se "a qualificação médica para exercerem a sua profissão", afirmou o Presidente brasileiro, dizendo que por causa disto o Governo "deixou de colaborar com a ditadura cubana", deixando de enviar todos os anos 300 milhões de dólares (65 milhões de euros).

Jair Bolsonaro pegou no exemplo dos médicos para recordar que "já nos anos 1960 agentes cubanos foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras" e que há poucas décadas tentaram desta forma mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina, mas foram derrotados.

Agora, sustentou, também na Venezuela, há cerca de 60 mil agentes que começaram a ser levados pelo antigo Presidente venezuelano Hugo Chávez, a partir de Cuba, e que interferem em todas as áreas daqueles país e que o socialismo está a vencer naquele país.

"O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser combatido",

António Guterres envia mensagem aos protagonistas da guerra comercial

António Guterres abriu o debate da 74.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que arrancou hoje e irá decorrer até 30 de setembro com a presença de cerca de 150 chefes de Estado e de Governo, incluindo do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

O secretário-geral da ONU alertou para o risco iminente do mundo enfrentar uma “grande fratura” protagonizada por dois sistemas paralelos, numa referência implícita às duas maiores economias globais, Estados Unidos (EUA) e China.

“Devemos fazer de tudo para evitar uma grande fratura e manter um sistema universal: uma economia universal com respeito universal do Direito Internacional, um mundo multilateral com instituições multilaterais fortes”, afirmou o secretário-geral da ONU, sem mencionar especificamente os EUA e a China.

Este risco "pode ainda não ser grande, mas é real", afirmou.

Diante dos vários líderes mundiais presentes na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, Guterres enfatizou que este risco de fratura está a surgir no horizonte num momento de “transição e disfunção das relações globais de poder”, mencionando as movimentações para criar sistemas rivais de Internet, financeiros e monetários, bem como estratégias geopolíticas e militares.

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Numa intervenção feita em três línguas (inglês, francês e espanhol) e que focou os vários temas, cenários e desafios que marcam a atualidade global, o secretário-geral da ONU traçou a imagem de um mundo que enfrenta, entre outros aspetos, uma “crise climática”, uma “possibilidade alarmante" de um conflito no Golfo, uma ameaça do crescimento do terrorismo e um aumento das desigualdades.

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