A "Marcha da Cólera" dos polícias franceses

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De  Luis GuitaAnelise Borges
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Forças de segurança francesas fizeram greve pela primeira vez em quase 20 anos. Pararam em protesto contra a deterioração das condições de trabalho e a reforma da Previdência.

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As forças de segurança francesas fizeram greve pela primeira vez em quase 20 anos. Pararam em protesto contra a deterioração das condições de trabalho e a controversa reforma da Previdência liderada pelo Governo do Presidente Emmanuel Macron.

"A segurança dos franceses está em perigo. Atualmente a polícia francesa não trabalha com os meios adequados. É muito complicado mobilizar uma patrulha, temos problemas de equipamento, os polícias estão exaustos. Hoje acionámos o alarme e dizemos ao Governo, mas também aos nossos cidadãos - estejam cientes de que a polícia está num ponto de rutura, já começou. A segurança está em perigo. Eu sei," afirma o representante de Unité SGP Police, Gregory Hugue.

Entre os cerca de 20 mil polícias e gendarmes que ocuparam as ruas de Paris, muitos denunciam o agravamento das condições de trabalho que têm empurrado os profissionais para além do limite.

"Não é normal que mais de 50 agentes se tenham suicidado desde o início do ano. Isso mostra um mal-estar significativo na nossa profissão," revela o representante de Unité SGP Police, Bruno Bartocetti.

"É um verdadeiro massacre. Na Dinamarca são registados dez vezes menos suicídios entre policias do que em França. Porquê tantos em França? Isto mostra que temos um problema," declara o representante de Mobilisation des Policiers en Colère, Eric Roman.

As forças de segurança estão sob uma tensão crescente desde 2015, quando uma onda de ataques terroristas atingiu Paris e outras grandes cidades francesas

Mais recentemente, uma onda de protestos antigovernamentais violentos, conhecidos como "movimento dos coletes amarelos", piorou a situação

Um dos líderes dos "coletes amarelos" apareceu na manifestação desta quarta-feira e disse que as forças de segurança deviam repensar de que lado estão.

“Eles deviam ter-se juntado a nós há muito tempo. As condições de trabalho deles são igualmente precárias. Deviam estar a usar um colete amarelo há muito tempo. Acho que não seria demais eles usarem um hoje," considera o líder "colete amarelo", Eric Drouet.

"Este aviso dos policiais franceses coloca o Governo numa posição muito delicada. Não pode ignorar os pedidos das forças da ordem no momento em que precisa delas para enfrentar os movimentos de contestação social. Nos próximos meses, além dos "coletes amarelos" e das marchas climáticas, a reforma da Previdência pode levar muitos franceses às ruas," explica a jornalsita da Euronews, em Paris, Anelise Borges.

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