Kiev et separatistas assinaram documento destinado a desbloquear aplicação dos acordos de Minsk
Kiev e os separatistas pró-russos assinaram, na capital da Bielorrúsia, a chamada "fórmula Steinmeier", destinada a desbloquear uma solução para o conflito no Leste da Ucrânia. O documento tem como objetivo permitir a aplicação dos acordos de Minsk, nomeadamente com a realização de eleições nas regiões separatistas.
Vladislav Deynego, representante da região de Lugansk: "É um ponto de partida no processo de criar condições para um restabelecimento político. Significa, primeiro que tudo, mudar a Constituição ucraniana, com a adoção de uma lei especial sobre as eleições."
Proposta em 2015 pelo então chefe da diplomacia alemã e hoje presidente Frank-Walter Steinmeier, a fórmula prevê a concessão de um governo autónomo nas regiões de Lugansk e Donetsk, se as eleições forem reconhecidas pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Volodymyr Zelenski, presidente ucraniano: "Foram removidos os principais obstáculos no caminho da cimeira do quarteto da Normandia. Penso que conheceremos e m breve uma data. Outro momento crucial diz respeito à lei sobre o estatuto especial na região do Donbass, que já existe e é válida até 31 de dezembro. Haverá uma nova lei, desenvolvida pelo parlamento, em colaboração com a sociedade civil. Nenhuma linha vermelha será ultrapassada com esta lei."
Mas, no exterior da sede da presidência ucraniana, elevavam-se vozes contra a assinatura do acordo. Os manifestantes acusam Volodymyr Zelenski de ceder à pressão da Rússia e fazer demasiadas concessões aos separatistas.
Oleh Tyahnybok, líder do partido Svoboda: "É simplesmente um pedaço de papel miserável, que nous é imposto, para fazer capitular a Ucrânia face à Rússia."
O ex-presidente Petro Poroshenko também se juntou às críticas: "Não há qualquer parte dos acordos de Minsk na fórmula Steinmeier. Não é possível encontrar qualquer menção. A fórmula Steinmeier é a fórmula de Putin."
O conflito no Leste da Ucrânia durá há mais de cinco anos e é responsável por mais de 13.000 mortes e dezenas de milhares de deslocados.