Aquecimento global afeta turismo nos Alpes

Aquecimento global afeta turismo nos Alpes
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De  Giorgia OrlandiTeresa Bizarro
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A cidade italiana de Courmayeur, no sopé do Monte Branco, foi conhecida durante décadas como destino de ski e neve. Agora, com o desaparecimento mais calor e o risco de derrocada do glaciar de Planpicieux luta para encontrar uma nova identidade

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Durante o inverno, as ruas de Courmayeur, nos alpes italianos, enchem-se de praticantes de ski. A cidade é um dos destinos alpinos mais procurados da Europa e tem orgulho nisso, mas o turismo depende do frio e da neve. Estar no sopé do Monte Branco já não é garantia de invernos gelados.

"No hotel, toda a gente pergunta pelo ar condicionado. Isso quer dizer que alguma coisa mudou mesmo, porque estamos nas montanhas e o ar condicionado não é uma prioridade aqui," diz com um sorriso Giorgia Perrod, porteira no Hotel Lo Scoiattolo.

A prioridade agora passa por gerir expectativas de quem visita a cidade. Uma mudança difícil , sobretudo porque Courmayeur está em todos os guias de turismo de neve e muitos dos roteiros de visita que se faziam há décadas deixaram de ser possíveis. Stefano Bigio, guia italiano explica que “há muitos percursos clássicos de alpinismo que já não podemos fazer. Temos de alterar as rotas, mas não é fácil explicar às pessoas que as coisas mudaram. Uma dificuldade que sentimos tanto junto dos profissionais de turismo como nos turistas que nos visitam."

A poucos quilómetros do centro da cidade, a paisagem conta a história desta mudança. Uma igreja construída em 1792 num local que ficava, até aos anos 50, no limite do glaciar. Agora,  tem apenas vista para o manto gelado, a muitos quilómetros de distância.

Percebe-se que o presidente da câmara está pressionado a agir. Para o final deste mês marcou uma reunião de com habitantes e trabalhadores da região. Quer ouvir ideias para manter o interesse dos turistas na cidade apesar dos invernos mais quentes. "Temos de ter a capacidade de usar isto a nosso favor e reorientar a forma como captamos turismo, compatível com as alterações no nosso território," afirma Stefano Miserocchi.

Apenas 700 metros de estrada separam Courmayeur do glaciar de Planpincieux. Um percurso cortado para proteger as pessoas de uma potencial derrocada. Alguns restaurantes fecharam e algumas casas foram evacuadas, o que pode ser um indício do que está para vir

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