Primeiro-ministro iraquiano já pediu calma mas os apelos caíram em saco roto
O número de mortos não parou de aumentar nos quatro dias de protestos, no Iraque, e esta sexta-feira as autoridades confirmaram a existência de 44 vítimas mortais, 18 na cidade de Nassíria, no sul do país, mais dois que na capital, Bagdad.
O primeiro-ministro, Adel Abdul Mahdi, já admitiu compreender a frustração dos manifestantes e anunciou algumas medidas mas não convenceu toda a gente. Os relatos de quem participou nos protestos não deixam margem para dúvidas:
"As promessas de Adel Abdul Mahdi são para enganar as pessoas, estão a disparar sobre nós com munições reais. Isto era um protesto pacífico mas montaram barricadas e desde a noite passada que está ali colocado um atirador furtivo."
O recolher obrigatório, imposto em várias cidades iraquianas, e os apelos à calma nada fizeram para apaziguar a situação e os manifestantes continuam a exigir a queda do governo, que se encontra em funções há apenas um ano. Na origem dos protestos está o baixo nível de vida e a elevada corrupção. Apesar das reformas estudadas pelo executivo, Adel Abdul Mahdi não deixa de reconhecer que não tem uma "solução mágica" para os problemas do país.