Confrontos violentos após repressão a tiro das autoridades agravam balanço de vítimas, que já ultrapassa os 70 mortos e soma centenas de feridos
As autoridades do Iraque decidiram levantar este sábado o recolher obrigatório decretado na capital Bagdade após os violentos protestos iniciados terça-feira terem já provocado mais de 70 mortos e centenas de feridos, incluindo polícias entre as vítimas.
Na origem dos mais mortíferos protestos no país desde o anúncio de vitória sobre o grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico, em 2017, está a alta taxa de desemprego no país, a falta de serviços públicos como água e luz, e a alegada corrupção entre os governantes.
As autoridades iraquianas responderam aos crescentes protestos com gás lacrimogéneo e disparos de balas reais contra os manifestantes, numa postura que já mereceu críticas inclusive do aiatola Ali al-Sistani durante as orações de sexta-feira.
Para tentar reprimir os protestos, o governo decretou também o recolher obrigatório em diversas cidades.
Os manifestantes exigem a queda do primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi, numa posição também já defendida pelo popular clérigo Moqtada al-Sadr, que controla uma boa parte do Parlamento iraquiano.