A luta da Rússia contra o álcool

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OMS declara que consumo no país caiu 43%

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As palavras inscritas na camisola de Anton Borovsky transportam uma mensagem bastante clara: "Rússia Sóbria". Proveniente de uma pequena localidade no norte do país, Novy Urengoi, onde o elevado consumo de álcool se esconde por detrás de várias histórias trágicas, este estudante de 21 anos decidiu passar à ação.

"Fico revoltado quando vejo como as coisas estão. Há quem faça lóbi pelo consumo. Há álcool à venda em todo o lado. Nós andamos a ver quem vende depois das 11 da noite, o que é ilegal", explica Anton.

Anton conseguiu comprar uma garrafa de cerveja, à meia-noite, em Moscovo. A polícia foi chamada. O proprietário da loja foi levado para uma esquadra e terá de pagar uma multa de até 1500 euros. A Rússia tem adotado várias medidas para restringir significativamente o consumo de álcool. O último relatório da Organização Mundial de Saúde indica uma queda de 43% entre 2003 e 2016.

O movimento a que Anton pertence, o "Rússia Sóbria", é dirigido por Sultan Hamzaev, um homem que reconhece os progressos alcançados, mas que salienta outros perigos: o álcool contrafeito, por exemplo.

"À parte dos produtos legais, há que lutar também os que vêm da contrafação. O Estado já percebeu que há um problema, já tomou medidas, mas não chega. Só o nosso grupo conseguiu detetar mais de 1500 toneladas no ano passado", afirma Hamzaev.

A internet é, naturalmente, uma plataforma de venda privilegiada para produtos adulterados. Calcula-se que, só em 2018, as vendas russas por esta via tenham ultrapassado os 30 milhões de euros.

"Há muita oferta de álcool na internet, muitos descontos, quantidades enormes. É tudo contrafeito. As margens de lucro são gigantescas", diz Andrey Busargin, da Divisão Antipirataria, do Grupo IB.

Em 2016, em Irkutsk, 78 pessoas morreram por envenenamento, após terem consumido álcool contrafeito.

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