De 6 de setembro a 27 de outubro de 2017, o movimento independentista da Catalunha desafiou a constituição e a justiça para tornar o sonho realidade.
Após anos de preparação, os defensores da independência da Catalunha ultrapassaram os limites da legalidade constitucional a 6 de setembro de 2017. Modificando a agenda do parlamento regional e, na ausência dos eleitos da oposição, aprovaram uma lei de referendo. Embora o secretário-geral da câmara se tenha recusado a assiná-la, o presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, convocou a votação para 1 de outubro.
O braço-de-ferro com Madrid
Um dia mais tarde, o Tribunal Constitucional de Espanha admitiu os recursos do governo central e suspendeu a autonomia da Catalunha, mas os separatistas usaram sua maioria no parlamento regional para aprovarem o calendário para a independência.
A 20 de setembro, as forças de segurança entraram em vários conselhos e prenderam 14 pessoas ligadas ao movimento pela independência. Dezenas de milhares de pessoas cercaram o Ministério da Economia, em Barcelona, danificando veículos e exigindo respostas. Entre os contestatários estavam figuras separatistas importantes, como Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, líderes das organizações independentistas ANC e Òmnium Cultural.
O referendo
Embora os tribunais tenham ordenado o encerramento das assembleias de voto e a polícia tenha intercetado milhares de boletins de voto, ocorreu uma votação no dia 1 de outubro. Milhares de polícias e forças de segurança foram enviadas para a Catalunha. As imagens da carga policial sobre os eleitores correram o mundo. O governo regional declarou que 90% dos votantes escolheram a independência.
A tentativa de diálogo
Dois dias depois, o rei Felipe VI pede a restauração da ordem constitucional na Catalunha, num dia que a região vivia uma greve geral, mas, no parlamento, Carles Puigdemont declarava unilateralmente a independência da Catalunha, deixando a medida em suspenso e pedindo diálogo com Madrid.
A declaração de independência
Dias depois, os líderes detidos, foram libertados. No dia 27 de outubro de 2017 e, novamente sem a presença da oposição, o Parlamento declarou a independência. O Governo central espanhol suspendeu o mandato a Puigdemont e a todo o governo catalão.
Nas malhas da justiça
Puigdemont fugiu para Bruxelas. O vice-presidente, Oriol Junqueras decidiu ficar e enfrentar a justiça. No dia seguinte, o procurador-geral do Estado acusou de "rebelião e abuso de fundos públicos" Puigdemont, 13 conselheiros, o ex-presidente do parlamento e os cinco membros da mesa que processou a declaração de independência.