Manifestantes contra as penas de prisão, decretadas a independentistas, regressam às ruas da Catalunha, pelo terceiro dia consecutivo,
A Catalunha voltou a ser palco de violentos distúrbios. A terceira jornada de protestos contra a decisão do Supremo Tribunal espanhol de condenar a penas pesadas de prisão nove líderes independentistas. Pelo menos 20 pessoas foram detidas e meia centena acabou por receber tratamento médico.
As chamadas "marchas pela liberdade", convocadas para esta quarta-feira, voltaram a reunir milhares de independentistas e a cortar as principais artérias da Catalunha. Em Barcelona, cerca de 22.000 pessoas concentraram-se frente à subsecretaria do Ministério do Interior.
Os confrontos com a polícia começaram ao final da tarde, com manifestantes a usarem coquetéis molotov, entre outras coisas, contra as forças da ordem. Dezenas de carros foram incendiados.
O chefe interino do governo reuniu-se com os principais líderes da oposição para avaliar a crise catalã. O líder dos Ciudadanos, Albert Rivera, pediu a Pedro Sánchez para aplicar o artigo 155 da Constituição, que permite a Madrid intervir no governo regional catalão, como aconteceu em 2017. Para já, Sánchez deixa um aviso:
"O governo reitera que não vai aceitar, de forma alguma, que a violência se imponha à convivência. O governo de Espanha atua, e continuará a atuar, com todos os mecanismos do Estado para garantir que os direitos fundamentais continuem em vigor e que se mantenha a ordem na Catalunha", afirmou Sánchez.
Foi já depois da meia-noite, e após dois dias de silêncio, que o presidente da Generalitat, Quim Torra, veio condenar a violência e apelar à calma:
"Peço calma e serenidade. O movimento pela independência não é, e nunca foi, violento. Condenámos sempre, e condenamos hoje, a violência. Não podemos permitir que continuem os incidentes que estão a acontecer nas ruas do nosso país. Repito, serenidade, determinação, civismo e não-violência", pediu o líder catalão.