Centenas de pessoas em vigília pelos 39 chineses encontrados mortos no interior de um camião frigorífico, nos arredores de Londres.
A tragédia, nos arredores de Londres, onde foi encontrado um camião frigorífico com 39 pessoas mortas no seu interior, que agora se sabe serem chineses, está a chocar o mundo.
Na última noite decorreu uma vigília pelas vítimas e pelo horror que viveram. As críticas à política migratória, na UE estão patentes no discurso:
"Esta Fortaleza chamada Europa, e o ambiente hostil que existe, politicamente, em relação aos migrantes e refugiados, leva a tragédias como esta. Conduz pessoas para os braços dos traficantes, é a única maneira de poderem partir", afirma Michael Bradley, um dos homens que participou na vigília.
A polícia britânica confirmou, quinta-feira, a nacionalidade das 39 vítimas, 31 são homens e oito mulheres. Enquanto se questiona o papel e o que pode ser feito por governos e UE, para garantir a segurança daqueles que querem chegar à Europa, para os camionistas a situação é complexa. Um deles explica como funciona o transporte:
"Até chegar ao meu destino, não posso abrir o contentor. Por isso, enquanto motorista nunca sei o que há no seu interior", explica um motorista da Lituânia.
Para quem gere os portos e a receção dos contentores ou dos camiões há leis em vigor e quando elas são cumpridas há pouco mais a fazer:
"Se tivessem de abrir todos os contentores ou camiões que estão selados e que têm os papéis em ordem, haveria camiões parados daqui até Bruxelas. Todos os dias há 4.000 camiões que chegam a este porto", adianta Dirk Fauw, presidente de câmara e do porto de Zeebrugge, na Bélgica.
O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês já fez saber que espera que o Reino Unido confirme as identidades dos falecidos, o mais rápido possível. O que até agora não aconteceu.