Amnistia Internacional regista 106 mortos em três dias.
Dezenas de pessoas podem ter sido mortas no Irão durante os protestos que foram desencadeados pelo aumento do preço da gasolina e pela imposição de racionamento de combustível.
A televisão estatal iraniana divulgou novas imagens do rescaldo das manifestações. O Governo identificou os manifestantes como "amotinados".
Certo é que pelo menos cinco pessoas morreram.
Mas o nível de contestação que se vive no país não está claro. Teerão bloqueou a Internet, dificultando a comunicação dos iranianos com o resto do mundo.
Os protestos eclodiram na sexta-feira depois do Governo anunciar um aumento de 50% no preço da gasolina.
Num país já muito fragilizado pelas sanções dos EUA, a medida foi recebida com raiva generalizada.
No domingo, os protestos atingiram cerca de 100 cidades.
"Segundo relatos confiáveis que recebemos, em menos de três dias, desde a última sexta-feira, pelo menos 106 manifestantes foram mortos em 21 cidades em todo o país. Também há testemunhos, corroborados por imagens de vídeo, de que atiradores de elite, posicionados em telhados e em helicópteros, estão a disparar contra as multidões," revelou a especialista em direitos humanos e Irão na Amnistia Internacional, Raha Behreini.
A situação é motivo de grande preocupação na ONU.
"Estamos profundamente preocupados com as violações de normas e padrões internacionais sobre o uso da força. Não sabemos a extensão dos assassinatos, dos ferimentos, mas é claramente muito sério," afirmou o porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (OHCHR) na ONU.
Entretanto, a TV estatal iraniana mostrou milhares pessoas marchando em apoio ao Governo, desejando a morte daqueles que se opõem aos líderes supremos e acusando os manifestantes de serem apoiados pelos EUA.