Na mensagem de final de ano, Giuseppe Conte garantiu que está consciente das dificuldades para governar.
O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte acredita que vai "correr uma maratona de três anos" durante o mandato, apesar da maioria frágil que tem para governar. Na conferência de imprensa de final do ano no Palazzo Madama, em Roma, Conte apresentou a agenda interna e externa.
Em relação à crise na Líbia, o chefe do executivo italiano defendeu que a União Europeia deve estar unida e "não pode permitir que atores ainda mais distantes da Líbia (referindo-se à Rússia e à Turquia) se posicionem e ganhem um protagonismo exagerado no país, sobretudo porque as soluções que apresentam são soluções militares.
Conte garante que Itália e de outros países da União Europeia estão apostados numa solução política para combater as migrações e as ameaças terroristas.
Em matéria de política interna, recorde-se que Giuseppe Conte lidera um governo de coligação, formado em setembro pelo Partido Democrata (centro-esquerda) e pelo "5 Estrelas" (M5S, antissistema), dois partidos que não estão de acordo em várias matérias, como as dos migrantes, a reforma da zona do euro ou do sistema judicial. Há vários analistas que anteveem um regresso antecipado às urnas.
Consciente das dificuldades, Conte lembrou que se não querem que o país vá à falência, se não querem que o país seja alvo de processos por infração, é fundamental trabalhar de maneira racional, séria e credível".
O primeiro-ministro italiano apontou o combate à evasão fiscal como uma das prioridades e uma das mais importantes medidas de reequilíbrio orçamental.
A Itália é mesmo o país europeu com a mais elevada fuga aos impostos, a rondar os 190 mil milhões de euros.