Café expresso quer reconhecimento por parte da UNESCO

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De  Nara MadeiraGiorgia Orlandi
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Italianos querem que o famoso café expresso seja considerado Património Cultural Imaterial pela UNESCO.

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Depois da piza, e não falamos da emblemática torre, é a vez do café expresso se lançar na corrida ao reconhecimento, pela UNESCO, enquanto Património Cultural Imaterial.

Este tipo de café, bebido numa pequena chávena, faz já parte do quotidiano de milhões de pessoas pelos quatro cantos do planeta, com mais ou menos qualidade. Itália é o local de origem do café expresso. A primeira máquina foi inventada no final do século XIX. Hoje, os italianos propõem-se recuperar e reclamar uma herança que faz parte da sua identidade:

"A cultura do café expresso espalhou-se pelo mundo. Com este projeto estamos a tentar reivindicar e recuperar a identidade italiana do café expresso. Isto porque o café expresso teve origem da criatividade dos italianos", explica Iaria Danesi, membro do Consórcio para a Salvaguarda do Café Expresso Italiano Tradicional.

Um momento de criatividade que deu originou uma cultura, a do café. Antonio Buccinnà é empregado de balcão há 38 anos e diz que, na sua profissão, é preciso talento:

"Esta profissão tem dois lados: um é a experiência que se vai ganhando, outro é aquilo a que chamo de talento natural. Alguns nascem com ele, outros não", diz Buccinnà.

O café é, acima de tudo, um ritual. Mas um ritual que pode durar apenas alguns minutos. O tempo de se encostar a um balcão, pedir um bebê-lo, em alguns segundo, pagar e partir reconfortado para um longo dia de trabalho. Há quem não viva sem ele:

"Chegar ao café e tomar um é algo de que os italianos não abdicam. É uma pausa, em relação à vida quotidiana e muitas vezes é uma desculpa para nos encontrarmos para discutir negócios ou conversar com um amigo. E acima de tudo, é barato. Portanto, em Itália, ele pode ser apreciado e é acessível a todos", explica a correspondente da euronews em Roma, Giorgia Orlandi.

Um italiano diz que o café lhe dá adrenalina "e empurra-me para ir trabalhar... Faz-me sentir mais jovem...", acrescenta.

Já uma italiana refere que "Tomar um bom café faz-nos sentir melhor, com os nossos amigos. Falamos melhor, vivemos melhor e até pensamos melhor! Cientistas, como eu, confirmam-no... Tomamos muito café!".

Mas como identificar um café expresso de qualidade?

"O café expresso difere dos outros tipos de bebidas disponíveis, em todo o mundo, pois é a única a ter esta espuma típica em cima", explica Iaria Danesi.

Será preciso esperar alguns meses, e beber muitos cafés, pelo menos quem gosta de fazê-lo, até se saber se a UNESCO está de acordo com os italianos e faz do expresso Património Cultural Imaterial.

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