Contra ventos e marés Juan Guaidó tomou posse como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, mas não sem violência.
Depois de muita oposição e tensão, Juan Guaidó conseguiu, a muito custo, prestar juramento como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.
Uma vitória "simbólica" marcada pela violência que acabou por atingir também diplomatas e jornalistas que se preparavam para assistir à cerimónia.
No seu discurso, de tomada de posse, foi perentório e apelou à mobilização:
"Chamei para a rua todos os setores. É o momento de nos erguermos, com força. Vamos mobilizar as pessoas para saírem à rua quinta e sexta-feira. Sábado também. E na terça vamos todos juntos para a Assembleia Nacional", pediu Guaidó que, em nome da Venezuela, e aproveitando do seu estatuto de presidente do parlamento, jurou cumprir os deveres de presidente interino.
À margem da cerimónia, Nicolás Maduro mantinha-se firme e não apresentava sinais de uma eventual saída. Aliás, através dos órgãos de comunicação social públicos, ia enviando recados à oposição venezuelana, a Guaidó em particular, e aos EUA:
"Vai continuar a fracassar, a fracassar e a fracassar... E o Mike Pompeo continuará a montar o espetáculo, esta palhaçada e terminará ele próprio a ser um palhaço. Que eles continuem a debater-se e a afundar a Assembleia Nacional. Temos, agora, um programa diário que se repete e que demonstra a estupidez em que caiu a oposição venezuelana. As pessoas e as eleições irão salvar o parlamento com o seu voto este ano", afirmou o chefe de Estado.
Juan Guaidó, que tem o apoio de Donald Trump, tem encabeçado a luta contra Nicolás Maduro. O cargo de presidente interino, que reivindica para si, é reconhecido por mais de 50 países.
Há um ano que tenta, sem sucesso, tirar do poder o herdeiro político do falecido Hugo Chávez, que acusa de ser um "usurpador" depois de uma eleição, em 2018, que considera ter sido "fraudulenta".
Maduro continua a contar com o apoio da Rússia, China e Cuba.