Eurobic e PricewaterhouseCoopers já anunciaram o 'divórcio', enquanto a Sonae segue o processo #LuandaLeaks com "preocupação".
Aperta-se o cerco em torno de Isabel dos Santos após a divulgação do escândalo Luanda Leaks, que acusou a empresária angolana de desviar fundos públicos para companhias offshore no Dubai.
A procuradoria-geral de Angola, liderada por Hélder Pitta Grós, admite emitir um mandado de captura da filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos.
Segundo a reportagem SIC/Expresso realizada no âmbito do Consórcio Internacional de Jornalistas, Isabel dos Santos deixou o país em julho de 2018, no mesmo dia em que foi notificada para ser ouvida na investigação da justiça angolana.
Se no plano político as reações angolana e portuguesa foram comedidas, é a nível económico que Isabel dos Santos mais está a sentir os efeitos do 'Luanda Leaks'.
O Banco de Portugal já pediu informações ao Eurobic sobre as alegadas práticas ilícitas atribuídas à empresária, que é, por via indireta, a maior acionista da instituição bancária criada em 2008.
Poucas horas depois, o próprio Eurobic anunciou o corte de relações comerciais com entidades controladas pelo universo de Isabel dos Santos e pessoas estreitamente relacionadas com a mesma."
Também a Sonae, empresa parceira da filha de José Eduardo dos Santos na operadora de telecomunicações NOS, revelou estar a "acompanhar a situação com atenção e preocupação".
Ainda na segunda-feira, a consultora PriceWaterhouseCoopers afastou-se da mulher mais rica de África. O presidente do gigante de consultoria, Bob Moritz, confessou mesmo o desapontamento pessoal com a ligação a Isabel dos Santos.
"Pessoalmente, estou tremendamente desapontado com a ligação que tínhamos e com o facto de não termos saído mais cedo dessa relação. Mas estou grato por estarmos a sair agora. Estamos a tomar medidas e vamos esperar que a investigação continue, então iremos tomar as medidas necessárias", afirmou.
Já a nível judicial, o Ministério Público português garantiu em resposta enviada à Agência Lusa que "não deixará de analisar toda a informação que tem vindo a público e de desencadear os procedimentos adequados no âmbito das suas atribuições".
As autoridades portuguesas assumiram ainda estar disponíveis para eventuais "pedidos de cooperação judiciária internacional".
Entretanto, Isabel dos Santos voltou a contestar as alegações de que é alvo numa nota enviada às redações e prometeu "lutar nos tribunais internacionais".