Desertificação dos solos na UE já se sente no centro da Hungria

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As Alterações Climáticas têm-se feito sentir na Europa Meridional, sobretudo em Portugal, Espanha e Grécia, mas a seca já começa a instalar-se também mais a norte

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Portugal e Espanha têm sido dos melhores exemplos para se perceber a gravidade da desertificação dos solos na União Europeia. Fenómeno está já também a atingir regiões mais a norte do Mediterrâneo, como a Hungria.

O aumento da temperatura média e alargamento dos períodos de pouca ou nenhuma precipitação refletem as já famosas alterações climáticas em curso no planeta, uma ameaça à produção alimentar para mais mil milhões de pessoas

Aos poucos, a paisagem está a mudar e o aparecimento de desertos na Europa já não é um exclusivo da Península Ibérica. Há planícies áridas a surgir também onde outrora havia um lago no Parque Nacional Kiskunság, bem no centro da Hungria.

"O efeito negativo das alterações climáticas pode ser observado na distribuição da chuva. Devido a uma evaporação mais acentuada, algumas regiões do planeta vão tornar-se mais áridas. Outras correm vão correr um risco maior de inundações", avisa, pela euronews, a meterologista Mónika Lakatos.

O nosso correspondente na Hungria, Ádám Magyar, visitou o Kiskunság e levou-nos até ao antigo leito do lago Kondor.

Um medidor do nível de água, um monolito em pedra, serve de memória ao lençol de água que até há algumas décadas ali dava trabalho a pescadores.

Ainda é possível encontrar uma casa e um barco, ancorado em terra seca.

Os lençóis de água subterrâneos perderam cerca de seis metros ao longo das últimas décadas. Plantar árvores tem sido uma das soluções preconizadas de Portugal à Grécia para combater a desertificação dos solos, mas o responsável pela proteção da natureza do parque Kiskunság não partilha da mesma opinião.

"Muitos estudos concluem que a plantação de árvores aumenta a evaporação e reduz a quantidade de água subterrânea. O que contribui para a aridez do solo", afiança Zsolt Bakró-Nag.

As alterações climáticas representam um grande desafio também para animais e plantas.

Os anfíbios, por exemplo, estão a despertar cada vez mais cedo da hibernação devido aos invernos mais amenos e muitos nem sobrevivem até à primavera.

Ádám Magyar leva-nos até uma represa metálica construída para controlar o risco de inundações no lago Kondor para nos explicar que, atualmente, as "alterações climáticas vão muito mais além do que o desaparecimento do lago".

"Um dos habitats típicos da região, a zona pantanosa, quase desapareceu e com ela a respetiva vida selvagem", conclui o nosso correspondente.

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