ONU pede investigação a alegada pirataria saudita contra Jeff Bezos

Dono do Washington Post e Príncipe herdeiro saudita terão trocado contactos em abril de 2018
Dono do Washington Post e Príncipe herdeiro saudita terão trocado contactos em abril de 2018 Direitos de autor AFP
Direitos de autor AFP
De  Francisco Marques com AFP
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Milionário norte-americano terá sido visado por Mohammed bin Salman por ter como colunista no Washington Post o jornalista Jamal Kashoggi, assassinado uns meses depois

PUBLICIDADE

As Nações Unidas pedem uma investigação imediata à alegada espionagem do telemóvel de Jeff Bezos pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, iniciada a 01 de maio de 2018.

Os dois terão trocado contactos umas semanas antes, lê-se na declaração assinada pelos relatores especiais da ONU Agnes Callamard e David Kaye.

O alegado ciberataque ao telemóvel do dono da Amazon e do jornal Washington Post terá ocorrido após o envio para Bezos de "um vídeo MP4 através de uma conta na aplicação WhatsApp utilizada pessoalmente por Mohamed bin Salman", especificam os dois especialistas de direitos humanos.

A espionagem a Bezos terá ocorrido numa altura em que duas outras pessoas terão sido também visadas pela Arábia Saudita, Yahya Assiri e Omar Abdulaziz, por serem próximas do jornalista Jamal Khashoggi, um crítico do regime de Riade e à altura colunista colaborador do Washington Post.

Khashoggi viria a ser assassinado em outubro de 2018 no consulado saudita em Istambul na Turquia, por elementos afetos à monarquia saudita, mas que o Príncipe herdeiro caracterizou como agentes por conta própria, distanciando a monarquia do caso.

Através da embaixada nos Estados Unidos, a Arábia Saudita desmentiu qualquer envolvimento no alegado ciberataque ao telemóvel de Jeff Bezos e também pediu uma investigação ao caso.

Riade condenou cinco pessoas à morte pelo assassinato de Jamal Khashoggi, mas o caso continua por explicar e as execuções estão a ser interpretadas pelos Repórteres Sem Fronteiras "como um meio para silenciar para sempre os suspeitos."

Mohammed bin Salman mantém-se como um dos principais suspeitos enquanto mandante do assassinato do jornalista.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ponte histórica de Rotersão poderá ser, temporariamente, desmantelada

Homicídio de Khashoggi provoca cinco condenações à morte

Caso Khashoggi: Relatora da ONU pressiona Arábia Saudita