"Acordo do Século" de Trump afasta palestinianos de Jerusalém

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De  Nara Madeira
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O plano de Trump para o Médio Oriente diz que os colonatos na Cisjordânia são de Israel, Jerusalém também, mas aumenta os territórios palestinianos.

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No dia em que Benjamin Netanyahu foi formalmente acusado, em três casos de corrupção, Donald Trump apresentou aquilo a que chamou de "Acordo do Século", o plano que o seu genro, Jared Kushner, redigiu a seu pedido, para a paz no Médio Oriente. 

Ao lado do primeiro-ministro israelita o presidente dos EUA descreveu o seu plano como uma "solução realista de dois Estados":

"A minha visão apresenta uma oportunidade vantajosa para todos os lados, uma solução realista de dois estados que resolve o risco do Estado palestino pôr em causa a segurança de Israel. Hoje Israel está a dar um passo gigantesco em direção à paz", afirmou Trump.

Israel fica com Jerusalém como capital, já os palestinianos duplicarão o seu território, com uma pequena capital em Jerusalém Este, onde Washington abrirá "orgulhosamente uma embaixada" afirmou Trump mas, frisou o chefe de Estado, terão de renunciar ao terrorismo:

"Presidente Abbas, quero que saiba que se escolher o caminho da paz, os EUA e muitos outros países estarão cá para ajudá-los, de muitas maneiras diferentes, e estaremos lá ao longo do caminho", prometeu o presidente dos EUA.

Para Trump este acordo é uma "oportunidade histórica" para os palestinianos conseguirem um estado independente mas é também o reconhecimento da soberania de Israel sobre os principais colonatos na Cisjordânia, território palestiniano. Israel compromete-se a não construir novos durante quatro anos. Um acordo mais abrangente terá de ser negociado.

Antes mesmo de se conhecerem os contornos deste acordo as autoridades palestinianas já tinham dito que ele serve os interesses dos EUA e de Israel e que não acontece, por acaso, neste momento.

Há interprete o «timing» escolhido por Trump e Netanyahu para divulgar este projeto, já firmado por Israel, como uma distração que convém a ambos. Trump que enfrenta um processo de destituição e Netanyahu que acaba de ser formalmente acusado em três casos de corrupção e numa momento, em que a campanha eleitoral para as Legislativas se mostra renhida. 

Na terça-feira, o primeiro-ministro de Israel tinha retirado o pedido de imunidade, que há algumas semanas apelidava de "princípio fundamental da democracia", isto antes de o Knesset, o parlamento israelita, ter a oportunidade de debatê-lo. O que significa que em sede de julgamento Netanyahu entrará como réu e não como chefe do executivo israelita.

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